sexta-feira, 30 de março de 2007

.da felicidade embrulhada em um pequeno pacote!

Curtindo "going to nowhere" me permito narrar...

11 minutos pensando, 2 afirmando a não necessidade da aquisição, 1 minuto contradizendo meus argumentos propostos nos ultimos 2 minutos e 3 clicks depois, estava feito.

15:02 - Envio da confirmação de pagamento
15:39 - Postado em Isidro Figueiredo / RJ
15:53 - Encaminhado para o Rio de Janeiro / RJ
22:44 - Encaminhado para Porto Alegre / RS
08:02 - Encaminhado para Novo Hamburgo
09:08 - Saiu para entrega

A felicidade acaba de chegar em um pequeno pacote adornado por uma, não tão apetitosa mas bastante bonita, Maçã Prateada. A sensação de abrir cuidadosamente e explorar cada milímetro do prazer infinito que é proporcionado por dar-se um presente é imensa e indescritível, portanto peço desculpas a falta de detalhes.

Um download, umas arrastadas de mouse, alguns giros na "rodinha" e sim já estamos longe, enxendo meus tímpanos de boas vibrações sonoras. Tão longe que mal notei que a música trocara duas vezes já.

Agora vou, pois tenho muito "track" para carregar e clips para converter. Obrigado =)

Bom final de semana a todos!

Got it?
What: Apple Ipod Video 80 Gb 6th genetarion - Black Edition!
Playing now: Rockin' Chair (Oasis)

terça-feira, 27 de março de 2007

.anacrônico

Tanto te admiro, tanto que já te disse. Te admiro mesmo que não tenhas percebido.

Sou daqueles simples garotos cegos e tolos e te admiro por algumas coisas que talvez nem todos tenham percebido, -impossível-. Pela tua forma inapelável de sorrir e comentar sobre como o prazer da leitura te encanta, mas não em ti e idiota ficar pensando que o que dizes é para mim.

Já eu, como os outros, sou igual. Tão igual quanto os vazios cadernos de jornal. Sabes, te invejo e o faço com tamanha força que diminuo ainda mais. Como queria fazer isto, como queria derrepente me livrar do vício das páginas já não mais brancas, já tão empoeiradas.
Eu queria poder dormir assim que o sol caísse, ser livre para sonhar e não ficar procurando mais 15 minutos de lucidez debaixo da luz, mais 15 minutos de dia. 15 minutos além do horário que não pára e já me faz atrasado. Queria segurar o trem que corta impiedosamente a cidade para terminar a última página. Queria mais 30 segundos de paciencia para escrever sobre mais 15 minutos.

Eu te invejo por não ter lido. Eu te invejo vergonhosamente por um minúsculo tempo pois jamais sentirei outra vez o prazer de abrir pela primeira vez "uma capa", respirar fundo e mergulhar nos parágrafos da primeira página sem saber o que encontrarei e incendiar sentindo o imenso prazer da primeira leitura.

Queria voltar no tempo e me encantar sempre como se fosse a primeira vez com as "grandes obras", me envolver com um "velho conto" ou sequer olhar com a mesma cara de tolo pensando, serão corretas as críticas sobre este "best-seller". Como queria poder ficar na dúvida, como queria conseguir ignorar tudo isto. Como queria voltar no tempo, como queria não ficar replanejando meu dia para encaixar mais um exemplar nas sempre tão iguais tardes cinzas, tentando torná-las coloridas.

Como eu queria ser mais ingênuo, mais errante, mais moderno. Como eu queria ser mais "EU" e não pensar em ti como uma obra e, novamente, como nos livros me envolver, querendo viver contigo a tua história!

segunda-feira, 26 de março de 2007

.prelúdio

Longos dias passaram-se até que, por fim, todos estivéssemos acomodados. Mas tudo fica melhor quando contado do princípio.

Prelúdio.
A notícia recebida sobre a oportunidade de trabalho em Porto Alegre, me deixa estonteante. Comunico aos interessados sobre tudo que eu pensava e sobre o que seguiria. Aquela fase onde tudo torna-se tão novidade, que mesmo diante das situações mais adversas você não perde o bom humor e a vontade de seguir em frente estava acontecendo. E sem dúvida, ainda não perco o bom humor. Que esta sensação dure tempos!

A busca.
Em contato com diversos amigos, velhos conhecidos da faculdade, amigos de erechim, e as idéias de moradia começam a surgir, e nada pode dar mais trabalho do que arrumar um lugar para morar aqui em Porto Alegre, ou mesmo em cidades que você se muda assim de forma súbita. Desistindo de cerca de 2 planos por dia, acomodo-me no confortável louge-hall-sala-bistrô-dormitório utilizando-me do lindo sofá veludo vermelho-apocalipse e penso, porque agora sim, fazendo um trocadilho infame, "quem pensa, pensa melhor parado".

A alegria.
Encontramos! Quer dizer, o fly encontrou!

A burocracia.
A imobiliária insistentemente, lançando mão de fúteis argumentos nos pressiona até o limite honroso que um homem pode ter, fazendo-nos dobrar diante do valor exorbitante do seguro-fiança, enquanto o apartamento novo ainda parecia um sonho distante. A CEEE contatada, choradeira no balcão de atendimento onde mediante a frieza da extravagante gordinha sentada diante do monitor lcd 15", precisei incluir tentativas de suborno, ameaças, demonstrar um nervosismo excessivo, até que... um simpático sorriso e um comentário sobre minha foto da identidade (que não será reproduzida por questões óbvias) com meu rostinho de bebê com 10 anos de idade na época convênce-a. Ela, mae ainda inexperiente, derrete-se ao comentar sobre seu filho de 1 ano de idade apenas. Pronto, o argumento do "filhinho-único-coitadinho-da-mamãe" cai como uma luva. Luz ligada em 8 horas, sendo que o prazo seria 48 horas úteis, ou seja, umas 96 descontando o final de semana.

O translado.
Feito o check-in na imobiliaria, pago o maldito seguro com cheques, o fim dos tempos é anunciado. O ritual de limpeza do apartamento novo é executado de joelhos (ainda em carne-viva) e finalmente após 4 horas, encerado (sem lustrar, lógico). Com tudo cheiroso o transporte de malas carragadas à punho é iniciado. Uma das cenas mais grotescas foi ver o fly carregando uma mala, uma mochila nas costas, uma sacola plásticas e duas ou três jaquetas que insistentemente caem no meio da avenida, arrastando pelo chão, buzinadas, freadas bruscas dos carros e risadas descontroladas minhas e do joão ao vêlo 10 metros atrás por fim, chutando a mala, vestindo a jaqueta, pegando a sacola que rasgou e jogando os cabides fora. Isto segue até por volta das 2 da manhã.

O fiasco.
Decididos a seguir com a mudança. Não demora até a geniosa idéia de "vamos dormir no ap novo!" surge em meio a terceira long-neck. Pronto, quatro doidos correndo com colchões na cabeça atravessam uma João Pessoa lotada, uma Venâncio Aires que mais parece a freeway e o posto abarrotado de pessoas prontas para sair para a noite porto-alegrense. Mais long-neck, xingando os carros nacionais, Silent e Leonardo sucumbem as 4:30 já transtornados. Contagem não oficial informa sobre umas 30 longnecks em pouco mais de 1 dia de mudança.

O que vai para o céu.
Bendita idéia do abençoado síndico que nos empresta um carrinho de transporte para a mudança. Daqueles com rodinhas de borracha, com ar, uma plataforma de metal com cerca de 1,20 x 2 mts onde foi possível em 3 viagens levar todos os móveis (desmontados), acreditem vocês ou não. Mais umas 30 idas e vindas, e tudo estava lá, jogado na sala, e nós comemorando a finaleira do transporte as 5 horas da tarde, a tempo de tomar banho e ver o jogo do Grêmio no Monumental (1x0 - Jucemar).

A que vai para o inferno.
Tudo bem, até acredito que cerca de 80 pregos sendo fixados por marteladas, cerca de 12 a 15 por prego, tenham gerado umas 1000 batidas no teto da vizinha (meu assoalho, neste caso). Mas xingar 3 vezes de maneira bastante escandalosa através da janela foi demais. Detalhe é que estávamos torcendo para que ela batesse na porta, pois tamanho era o nível de transtorno que eu estava com orelhas de mickey com as ferramentas em punho enquanto o Ozzy cortava o ambiente com sua voz hatori-hanzo.

A glória.
Domingo, quartos quase totalmente montados, lavanderia montada, falta somente: hall, cozinha e sala. Obrigado a todos que acompanharam o sofrimento, deram força e também temiam por este dia, em que a mítica Bombonera seria erguida. Preparem-se, pois agora sim o campeonato vai começar.

No mapa.
"La Bombonera"
Venâncio Aires, 449 / 710
Cidade Baixa - Porto Alegre - RS

quarta-feira, 21 de março de 2007

.do não amor

Ainda era cedo, 7:23 da manhã e religiosamente a rota 2 da linha Central chegava. Bem agora, acabo de abrir o livro pensei. Sem problemas, embarco e inicío a rotina diária de deslocamento Porto Alegre - São Leopoldo - Unisinos.

Poltrona 35, janela, eu com a cabeça relaxada e corpo seguindo o desnivelamento da rua, saltando junto com a suspensão do onibus e seu barulhento feixe de molas, catando o parágrafo que ficou ali atrás, no ultimo buraco, quando com vários bancos livres ao meu redor, percebo "Ela", ali parada no corredor, fazendo mensão para que eu retirasse minha mochila do assento ao lado, contudo sem pronunciar absolutamente nada (eu retiro).

Um pouco sem jeito, afinal, tantos assentos teriam livres, eu entretido com a leitura e escolhe logo este, logo pensei se isto não se repetira nos outros dias em que vim dormindo, sem perceber a movimentação a cada parada. "Ela" se senta (eu flutuo).

Um cumprimento tímido, dentes cerrados, (seu estúpido poderia ter sido mais gentil) um olhar cruzado e tudo vira. Era a luz que surgia diferente do céu que hoje amanhecera mais claro, o sol ameaçando brotar em meio às nuvens já bastante esparsas mas ainda carregadas. Aquele azul-ftálico-claro de sua íris me hipnotiza com sua beleza estonteante. Sua voz seda-oriental e a pintura do seu olho carregado de preto-frio, contornando tudo o que lhe tire o sono e afastando tudo o que lhe impede de fazer feliz.

Conversas fúteis, terrivelmente disparadas (sem o menor sentido) e ela mesmo assim gentilmente sorri, responde. Percebo que acompanha duas ou três linha do livro e logo adormece, belamente, como se em berço estivesse. Sigo lendo, lento, hora lendo o livro hora lendo os seus sonhos. Ela desperta, pergunta que livro tenho em mãos e como eu conseguia ler com o ônibus em movimento, contando brevemente sobre o livro que atualmente está em sua cabeceira.

Mais alguns metros, primeira parada, segunda parada e ela diz, perdão, mas eu desço aqui. Seria ridículo lançar um "espera", eu também paro aqui (e realmente paro). Então ela desce, segue caminhando pela calçada e eu já sem o mínimo interesse pelo dia, livro ou o que fosse. Só o sorriso-almodôvar e ela olha suavemente por cima do ombro, me vê, sorri e eu sigo.

Pronto, quarta-feira, a primeira paixão chegou cedo hoje, pensei. Faltam somente três e o tolo coração sossega até o próximo dia, até a próxima manhã.

Bom café!
Que tu existas para sempre
sempre em minha mente, sempre presente me fazendo sorrir
mas que também tu nunca adoeças e se acontecer
me faças doente também

Que metade de ti seja vitórias, bravuras e glórias
noutra metade, coragem sagaz em busca do que te falta
e que caso te percas, te percas mas não muito
não saberia viver contigo longe, pois sois meu tudo

Se por um dia por descaso meu eu te odeie por quase um segundo
por favor me rependa, insulte, castigue
para que depois eu te ame mais outra vez
e te queira ver maior do mundo!

Caso um dia eu me afastar me busque por favor, seja seja onde for, onde eu estiver
pois te levo em minha pele marcada, minha voz rouca, minha alma
e nos teus tons-continente magicamente te lembres sempre ...

!cada dia somos mais!

segunda-feira, 19 de março de 2007

.seu livro está comigo

Domingo, 10 horas e 23 minutos da manhã, abro os olhos com visíveis sinais de desencontro e perturbação. Me movimento lentamente, ainda deitado, até reconhecer os buzináços da sinaleira da Venâncio e concluir geniosamente, Porto Alegre, Brasil. A menos que no céu possua congestionamento de nuvens com seus potentes "subwoofers Xplode" emitindo frenéticas frequencias provindas de arpas envenenadas e trombetas distorcidas de alguma banda cover de arcanjos tocando Repitilia, soando como um Tomahawk vindo cegamente em minha direção faça sucesso por lá. Aumento um pouco o volume do pc, a música troca, Oasis.

Já passado do meio dia, pensei em fazer uma aquisição de algumas camisetas na Azul Cobalto - Café e Vestimenta - que fica na Lima. Um agradável café que também vende camisetas de estampas estranhas como aquela com a silhueta da capa do filme "A Clockwork Orange" do Stanley Kubrick, entre outras igualmente curiosas. Passando em frente da loja ainda fechada, tomo a primeira rua a direita e agora rumo em direção ao brique da redenção.

Idéia inicial? Adquirir Cem Anos de Solidão, seguindo o plano que à alguns dias atrás fora meticulosamente traçado neste mesmo café, contudo n'outra xícara.

Varrendo com olhar atento os livros, dispostos ordenadamente em filas, uns sob os outros em uma precária mesa de cerca de 3 x 1,5 mts montada numa aparentemente frágil estrutura de metal que balança quando se manipula os livros.

Divido espaço com outros visitantes em busca de algum bom exemplar para ler quando deparo-me frente ao exemplar, já bastante castigado pelo tempo, de Feliz Ano Velho, com sua capa dura, preta, e uma foto de uma taça de dry martini espatifada num chão igualmente escuro. Passando uns 2 segundos vejo que um senhor, também carregando suas marcas deixadas pelo tempo, observando o mesmo livro.

Tento disfarçar para não parecer arrogante, olho o livro logo ao lado enquanto ele estende seu braço e apanha o livro de Marcelo Rubens Paiva. Neste segundo tomado por um sentimento subito de raiva, pensando que perderia aquela obra, tranquilizo-me um pouco ao ver, em seguida, devolvê-lo à mesa. Num rápido movimento de mãos, agarro-me ao livro, dou a volta na mesa, pago e após um asceno rápido de despedida tomado de satisfação vou em direção ao outro lado da rua já foleando as primeiras páginas.
A surpresa fica por conta da tarjeta marca-página com um estranho recado:

"Sônia, espero que gostes de chocolate. Um beijo da ........"

Escrito em letras trêmulas, finalizado com oito pontos, reproduzidos na íntegra, como se estivesse dentro do metrô ou de um ônibus, quando fora escrito, indo em direção à casa da "Sônia". De qualquer modo ainda permanece o mistério a menos que "Você" ou a "Sônia" passe aqui para um café e reconheça seu antigo livro!

PS 1. Não devolverei, não adianta fazer proposta alguma!
PS 2. O melhor dos sebos são as histórias dos livros, que fico criando em minha mente. Quem já leu, por onde passou, quanto tempo ficou guardado na estante, já fora emprestado?. Este em questão, edição de 1989 do Círculo do Livro, São Paulo, tarjado como venda exclusiva para os Sócios do Clube. Obrigado pelas boas-vindas!

.hello manchester!! ***

Este já é pode ser considerado post atrasado, que tardou, mas não pode deixar de ser lembrado. Em um pub onde a primeira surpresa foi os ares londrinos que rondam tudo que lhe atrai a atenção do olhar, com uma fraca e elegante iluminação, deixando o ambiente agradável à uma visita noturna.

Um balcão pequeno localizado ao fundo do estabelecimento, infelizmente rodeado de caixas e objetos que impedem o visitante de ficar ali, logo ali, escorado degustando do seu chopp.O agradabilíssimo ambiente que como o próprio nome sugere, é uma homenagem aos "fabulous four".

O quarteto de liverpool é lembrado em todos os momentos, seja na guitarra dependurada na parede direita, aos discos e capas de vinis nas estantes, as paredes decoradas, o som ambiente que não comentarei por motivos óbvios, e supreendentemente até na primeira página do cardápio com a letra de Yellow Submarine!

O lugar é agradável, servindo bebidas à gosto, e ainda o melhor estilo "RestoBar" que eu encontrei em minha visita à Buenos Aires em Dez/06.Fica a sugestão para visitas mais frequentes ou melhor ainda, para um passeio acompanhado.Tentarei experimentar um almoço ou uma janta por lá, os pratos tinham aparencia muito apetitosa.

YELLOW SUBMARINE
Rua Gen. Lima e Silva, 886 - Shopping Nova Olaria - Cidade Baixa
Fone: 55.51.3226.5201Horário: 18h a 1h (Seg. a Sex.) 18h a 1h30 (Sáb. e Dom)
Música: Som mecânico
Especialidades: Os 30 diferentes tipos de panquecas. A casa, cuja temática são os Beatles, é decorada com fotos dos fab four. Músicas e DVDs do célebre conjunto estão sempre rodando.
Preço: de R$ 10 a R$ 20 (sem bebidas)

*** Do you know what I mean!

domingo, 18 de março de 2007

.de tudo que a semana escondeu

Perguntas sem respostas encontradas no log:

Onde estava eu, quando agredido pelo patolino e nem mexia me no colchão jogado na sala?
Onde estavam o controle bom senso em bater um pouco menos nas mesas do boliche, fazer avalanche em gol anulado e baixar barras da janela até a pista 1?
E daqueles que sumiam subitamente no meio da festa instigando borrachos a dormir na calçada e eram encontrados fazendo juras de amor às vizinhas de AP?

Salvem todos borrachos do descontrole do condomínio Cristo Rei.
Quando lembramos da comunidade, "nunca fiz amigos bebendo leite" fica facil imaginar como as parcerias se juntam pra allentar, beber e arrepiar. A turma está se consolidando, em breve os episodios narrados com nomes e registros fotograficas pois hoje seria um perigo para o relacionamento uma narrativa na íntegra.

hahahahaha.

Valew mesmo galera!
Que este seja o primeiro de muitos, e que tenhamos grana pra bancar tudo isto ahhhh!

Prox. encontro?

Que > Festão Copado
Qdo > Sexta-feira, 13 de Abril, 21hs
Ond > Floresta dos Borrachos - Unisinos

"E disse meu pai: erguer-se-ão os borrachos, bebendo, namorando e copando todo o campus, até que salvos estejamos da amargura do DCE". Inri Cristo.

Cola lá magrao!

terça-feira, 13 de março de 2007

.do ilusionista

"Ilusionista : Um ilusionista é a pessoa que realiza jogos de magia, criando ilusões na mente e em um ou mais sentidos (visual, auditivo, etc.), fazendo o impossível parecer realidade." Tradução livre de : http://es.wikipedia.org/wiki/Ilusionismo

Há dias venho driblando o tempo, escapando furtivamente das armadilhas da cidade com habilidade magestral. A nuvem hoje se encontra lá, lá longe, lugar que reluto em mensionar para que tão logo não volte, desanimada e já sem forças ao descobrir não ter cumprido seu objetivo.

Era sexta-feira, o caminho percorrido entre a João Pessoa e a Rodoviária foi feito às pressas, uma vez que o ônibus partiria as 24:00hs de Sexta-feira e precisamente as 23:49 eu caminhava em direçao ao ponto de ônibus sem olhar para o céu já assustadoramente encoberto.

A nuvem que logo percebe a movimentaçao sorrateira debaixo de seus pés, não perde tempo e segue em direção a erechim, lógico, tentando me deixar aborrecido. Mas uma mudança súbita nos planos deixou-me um passo à frente, coisa que, sinceramente, a Wolverine não esperava.

Chuva torrencial desabando sobre Erechim enquanto, no sábado, empacotávamos as últimas bagagens da mudança e no amanhecer de domingo a partida em direção a POA, com o bravo "Blue Lion".

Já na capital, camuflado sob uma montanha de caixas e bagagens, percorremos alguns lugares da cidade, entre o Wopper do Burguer King, o MilkShake do Bob's, a visão do pica-pau colorado, Gabiru, com sua franja laranja-fosforescente e o indescritível Chopp do Outback, sendo observado com fúria pelo mau tempo que não conseguiu juntar forças para molhar-me aqui.

Já ao final da tarde de domingo, escondidos por detrás dos vidros negros do "Blue", seguidos pela furiosa nuvem que sem perder sequer um único segundo, ela retorna para Erechim e com força total quase inunda parte da cidade, fazendo todos pensar que o fim estaria próximo.

Resultado disto tudo? Porto Alegre amanhece com céu azul celeste, e erechim? Debaixo d'água!

É wolvenire, eu também tenho meus truques nas mangas!

Há, a viagem? Sem grandes complicações, exceto 3 ou 4 paradas e inúmeras contagem de cordas que amarravam o colchão sob a tampa do reboque. E a volta? tudo bem também, segundo relatos dos dois grandes irmãos Azz e Dane! Thx 4 all guys!

sexta-feira, 9 de março de 2007

.da cidade wolverine

Que toda cidade seja grande ou pequena possui suas surpresas e armadilhas, eu não tenho resquícios de dúvida. Mas aos novos navegantes do concreto que aqui se encontram desavisados da estranha característica de que nenhuma chuva durar mais de 20 minutos e transcorrendo cerca de outros 30 ocorre seu completo desaparecimento de calçadas e ruas, eu sinceramente não esperava. Mas tudo bem, hoje é sexta.


A estranheza causada por você sentir-se exaurindo seus líquidos como uma lesma sendo consumida por uma pitada de sal em sua viscosa pele devido fato de transpirar quase que 90% do seu dia, digo 90% porque os 10% restantes você está ou secando-se com o auxílio de toalhas-papel disponível nos banheiros ou tomando banho propriamente dito no conforto de seu forno de microondas no terceiro andar do seu prédio. Sexta, tudo bem...


Em absoluto detestei a situação que hoje pela manhã fui impiedosamente submetido logo ao pisar fora da porta protegida por uma grade de ferro que separa-me da rua, começo a ser golpeado por gotas de grande volume que despencam do céu como se tivessem a capacidade de me seguir pelo trajeto com sua maldita precisão de 100% ao mirar sobre mim. Vai ver a cidade wolverine considera necessário que eu precise de outro banho durante minha caminhada de 5 ou 6 minutos até a parada de ônibus. Mas hoje, até é aceitável.
Uma olhada rápida no celular, 7:12, não esperaria os já tradicionais 20 minutos para chegar até a parada seco, pois perderia a linha Central, rota 2, que passa religiosamente as 7:23 na rua Lima e Silva. Ok, tudo bem, é sexta e eu sigo desbravando com coragem a chuva que furiosamente me enxarca a roupa a pouco seca e surpresa, ao chegar sob aquela espécie de casamata de ferro e cobertura de zinco utilizada para abrigar os dependentes de condução coletiva a cidade mostra mais um truque causando-me furor. Como se tivesse pedido que a chuva paresse, ela cessa instantaneamente. Maldita selva de pedras, já sinto-me tão íntimo que até mentalmente esbravejei: "Odeio-te porque te amo!"


Escorrendo suor, ou chuva, sinceramente já tudo estava misturando-se sob a pele devido a corrida até a parada, ignorando categoricamente por algum motivo desconhecido a informação que vi no Mith Busters que é melhor caminhar na chuva ao invés de correr.


Olho para o relógio, 7:16, é, daria tempo... mas tudo bem, hoje é sexta.


E ao fim da tarde? Há, por esta vc não esperava não eh Porto Alegre, não desci na João Pessoa, mudei de ônibus sorrateiramente e saltando na Osvaldo Aranha escapei da sua armadilha em forma de nuvem, posicionada estrategicamente sob a parada logo após a Venancio Aires.


Bom final de semana a todos!

.das saudades dos que deixei

Meço cuidadosamente cada passo destas primeiras semanas como cidadão Porto-Alegrense e vejo que cada rua, cada prédio desbotado que cortava verticalmente o céu, todas as vezes que a chuva - que tenho certeza em erechim me irritaria, aqui nem tanto - caiu sobre meus ombros me fazendo apressar o passo, carros, ônibus, buzinas, luzes e cada pessoa em seu ritmo frenético me revolviam a memória e me faziam lembrar de todos que deixei.

Percebi que ao longo destes dias que não é saudades de voltar, sequer de ter tudo outra vez. É vontade de poder ter o argumento certeiro para cada um, aquela palavra contundente que entra em nosso coração e mente como uma adaga finíssima, afiada, convincente, dando ares de solução e esperança e coragem a todos que deixei.

Todos temos nossos medos, medo de arriscar, de lançar-se em territórios desconhecidos e realmente acreditar de que é hora de partir e não mais ficar, que é hora de abraçar uma nova visão e tentar acreditando-se veementemente que tudo será melhor um dia.

Talvez uma das frases mais cruéis em uma das inúmeras vezes que meus pais tentavam, sem sucesso, me salvar, me resgatar e mostrar o caminho correto e seguro, onde sequer pedras eu encontraria, sem compreender que aquele sentimento de proteção os cegava e não permitia entender que eu mesmo deveria encontrá-lo, e parafraseando Paulo Coelho escrevi na porta do quarto. "A juventude é assim mesmo, faz tudo sem se perguntar se o corpo agüenta, e o corpo sempre agüenta!".

Hoje eles vêem que não se tratava de apenas uma fase da adolescência, onde sob qualquer motivo eu usaria de todas minhas forças para criar uma tempestade e gerar discussões, naquela minha falha tentativa de criar opinião própria e ter decisões sob minha responsabilidade. Mas justamente o novo espírito nascendo, aquele que seria capaz de cruzar a linha de "pó-de-tijolos"1 que temos diante de nossas portas, onde este tipo de crença apenas nos deixará trancados em nossos quartos e casas, criando a ilusão de que assim estaremos protegidos de quem irá nos fazer mal.

Mas será que todos nós iremos descobrir a tempo que de tanto sentimento de auto-proteção e auto-preservação é justamente o que nos faz mal? Não são os outros e sim nós mesmos. Caso não tivéssemos construído embarcações, não tivéssemos tentado cruzar o oceano, e se nunca tivéssemos levantado uma espada ou ter gritado frente a uma idéia, defendendo-a dispostos a pagar seu preço, realmente acreditando que aquilo revolucionaria o mundo?

É para isto que estou aqui, para sentir saudades dos que deixei, para saber que cruzei aquela "linha" sob uma luz que parecia cegar e me impedia de ver o que havia lá fora. Não é fácil decidir, sequer é justo deixar tudo em busca de um sonho que pode não ser certo, mas e se você fizer o caminho e realmente tudo acontecer, estaremos todos dispostos a pagar o preço por não ter arriscado?

É por isto que sinto saudades dos que deixei, é por isto que aquele que um dia vocês conheceram, cheio de idéias algumas vezes interessantes, e porque não admitir, tantas outras tolas e sem sentido algum ainda continua aqui. Vendo em cada migalha do tempo um pedaço de vocês, em cada segundo que gostaria de ter um de vocês aqui mostrando oportunidades que teriam neste espaço que é a cara e a casa de cada um de nós. Quando me refiro a aqui, não é para que sigam o meu caminho, mas fazê-los crer que todos tem o seu próprio, encontrem-o, façam-o, acreditem e sigam pela estrada de "tijolos amarelos"2, mesmo que esta chegue em uma terra de sonhos, mas a jornada pelo os permitirá adquirir conhecimento por terem tentado.

É por isto que ainda acredito nos que tem coragem de mudar, é por isto que sinto saudades de todos que deixei.

Pois eu acredito!

[1]
Chave Mestra, 2005
[2] O mágico de Oz, 1939

quinta-feira, 8 de março de 2007

.blackout

Acredito serem estas algumas palavras sabias proferidas pelo grandioso dane (salve bro): "todos os humanos pelo menos em certa idade ou fases de sua vida deveriam possuir um servidor de log pessoal". Sim, isto mesmo, gravar todas as conversas, todos atos, movimentos, gestos e se possível alguns videos das partes que mais deveriam te deixar orgulhoso e porque não constrangido. Seria fantástico vc perder os arquivos da noite em alguma altura da manhã e no dia seguinte, sempre precisar coletar de relatos de terceiros tudo o que passou.

O porque? ah, vai dizer q ainda não sabe?

Blackout total... Boa noite!

quarta-feira, 7 de março de 2007

.pote de ouro ao final do arco íris

Porque eu não descobri tudo isto antes, teria tudo isto me movido para cá precocemente e ainda não tão consciente dos meus objetivos me disvirtuaria da caminhada que pretendo seguir?

Ok, apenas explicando, não se trata de estar apenas com cara de tolo observando a "cidade grande", mas poder respirar as oportunidades por ela oferecidas!

Ontem em uma conversa com uma amiga, descubro o curso de língua estrangeira oferecido pela NELE (Núcleo de Ensino de Línguas e Extensão) [link] que me deixa bastante admirado.

Não se trata de um curso de inglês e espanhol, mas um centro com 14 opções de idiomas, sim, 14 (Alemão, Espanhol, Francês, Grego Clássico, Hebraico, Inglês, Italiano, Japonês, Latim, Libras, Mandarim, Português (leitura e produção textual), Português para estrangeiros e Russo) para meu total estato de extasi.

É admiravel as oportunidades que surgem por aqui, isto tudo com custo baixo e disponibilidade de aulas nos mais variados horários e dias.. Será por quanto tempo eu com este ar de encantamento estampado na cara vou começar a me acostumar com os lugares e coisas, Pessoas e opções de entretenimento?

Ainda não sei, mas como todo início de relacionamento, meu namoro com Porto Alegre vai de vento em popa. Que seja para sempre "enquanto durar!".

Há, o que farei? Deutsch!

Aufwierdesen

terça-feira, 6 de março de 2007

.da história imortalizada

Certa vez, em uma pacata aula de cursinho, em meados de 2000, enquanto preparava-me para as provas seletivas do vestibular que ocorreriam tradicionamente no mês de janeiro, cabe lembrar que no mesmo ano eu ingressaria na faculdade de Ciência da Computação, fui indagado pela professoa que procurava insistentemente despertar interesse da turma em uma não muito dinâmica aula de literatura, sobre as origens das cidades mas principalmente pioneiros, fundadores, e também como não poderia faltar, nomes de bairros e ruas.

Erechim, que enquanto criança, sempre foi a cidade que sonhei morar, não tão longe da minha cidade natal, mas era onde eu imaginava estarem as principais diferenças entre grandes e pequenas cidades: pessoas e prédios e sim, realmente lá estavam.

Em um dos mais fantásticos e ousados saltos da minha vida, casei-me com uma garota que muito me permitiu e também porque não dizer guiamos um ao outro pelos sinuosos caminhos que seguiriam pelos próximos quase 6 anos juntos. (Obrigado mesmo!)

A cidade que outrora fora sonho, virou realidade em forma de blocos de concreto. Possuia um planejamento arrojado de facil localização e seu estilo europeu seguia conceitos muito interessantes, dividindo-se em duas metades por uma longa avenida que à nordeste da praça da bandeira foi batizada de Av. 7 de Setembro e sudeste, Maurício Cardoso.

Realmente nunca fui disposto a pesquisar sobre tais origens, mas Porto Alegre, há Porto Alegre... tampouco havia mudado para Erechim, surgiu como um oásis seco em meio ao vício insaciável de vida urbana que eu descobri que me consome dia após dia.

O sonho chegou, se tornou realidade e agora está debaixo de meus pés. Aqui, como na imaginação, tudo é diferente, tem cheiros, sabores, cores e movimentos em cada uma de suas partes. Das ruas mais calmas aos bairros mais modernos, dos redutos mais singelos com barracos e indigentes às exuberantes bairros.

Uma das ruas que mais chamou a atenção nestes ultimos dias é a Senhor dos Passos. A origem do nome, a pesquisa por saber de qual mente surgiu a idéia para tal viela ainda é um mistério, que será futuramente pesquisado. Não se trata de uma rua muito grande, localizada no centro de Porto Alegre, facilmente encontrada quando segue-se pela João Pessoa em direção ao centro, passando pelo complexo hospitalar Santa Casa.

Mas aqui cada canto possui uma característica, a poucos dias lia no jornal sobre a decisão da Secretaria de Planejamento definindo novos limites verticais para os bairros, sim, prédios com mais de 17 andares somente poderão ser erguidos quando estiverem localizados em avenidas, na Cidade Baixa o requisito de altura máxima são de 9 andares.

Tudo está ai para ser descoberto, tudo precisará ser revisto, são conceitos que parecem escritos nas paredes, contudo ainda oculto aos olhares mais desatentos, e não como pessoas, que mudam de rumo a todo instante. Cada tijolo faz parte de uma arquitetura urbana que não sairá do seu local, que ali permanecerá ao bel prazer do tempo até que um dia quem sabe, já em ruínas, venha a ser demolido para um novo nascimento...

Agora acredito que consegui conceituar o que os budistas chamariam de ouvir as pedras crescerem. Está tudo aí, tudo ao nosso redor. Mas por favor território desconhecido, não ouse se apressar, ainda preciso descobrir muito de ti antes que se vá embora!

Porto Alegre,
a cidade de pedras
encanta minha mente
enquanto lá longe
parte em barras o horizonte

Porto Alegre,
que acalma meus prantos
mostra-me novas visões de velhas historias
com os dia-a-dia, que nas margens do guaíba gentilmente se encerram.


segunda-feira, 5 de março de 2007

.lembranças lúdicas do aquipélago dos sebos

2 colheres de açúcar, copo plástico 200ml e café a gosto.
Amortecido pelas lembranças do final de semana, relizei algo que há tempos sonhava, e pensei que não viria acontecer, não tão cedo, num que está se revelando o meu melhor ano em se tratando de realizações pessoais e profissionais.

É domingo, o sol ainda preguiçoso se ascende na janela e faz-me acordar de forma diferente, pois não havia tentado isto ainda.
Meu confortável e aconchegante sofá-cama forrado com um veludo tom vermelho-sangue no qual me faço uso para dormir fica logo abaixo da janela da sala. Raramente fecho a persiana pois gosto de acordar com luz do dia, contudo desta vez, talvez pelas reviravoltas da noite durante o sono acordei numa posição ao melhor estilo vítima de uma bela vampira com o pescoço caído na cabeceira expondo a jugular para uma mordida fatal.
Tal posição me fez ver o prédio ao lado de fora da janela de cabeça para baixo. Maneira boa, contudo estranha de se acordar (sem ironia até aqui)

Levanto-me, já começo olhar em torno de mim, encontro o celular e constato ser pouco antes das 9 horas da manhã, escovo os dentes, visto uma bermuda leve, camiseta regata azul royal, doada pelo grande amigo azz, logo que fiz a tattoo do Grêmio circundado por um sól tribal na parte externa do bíceps direito.
Cartão de crédito, pouco mais de 12 reais, divididos em uma nota de 10, uma de 2 e algumas moedas, devidamente guardado no bolso e saio em direção à rua Venancio Aires parando logo na primeira farmácia que encontrei.

- Olá, você teria aquelas proteções de neoprane para o joelho e articulações?
- Vamos ver, tenho para punho e tornozelos
- Obrigado, preciso para o joelho!
- Hum, machucado?
- É, velhas lembranças do futebol nas quartas das 11 a meia-noite
- (risos), é o que dizem: uma vez machucado, uma vida de desconforto
- Exatamente isto, obrigado mesmo assim, bom domingo!

Estranhamente, acordei mais tranquilo que normalmente acordaria num domingo mesmo com o joelho quase em chamas, talvez pelo excesso de esforço empregado sob as articulações lesadas durante o jogo Grêmio(1) X São José(0).

Sigo até a próxima Panvel, logo após o colégio militar que se extende por grande parte da quadra, beirando o parque farroupilha. Adquiro uma joelheira que causa alívio glorioso da dor ao andar, pagamento com cartão de crédito, sigo correndo até o final da quadra, chegando na Osvaldo Aranha, esquerda e em direção à Redenção.
Em sua extensão de quase 3km consigo completar a primeira volta enquanto vejo já várias tendas prontas para vender seus produtos, e outras já em fase de finalização da montagem.
Era o início de horário do tão famoso brique da redenção.

Com passadas firmes (agora sim, irônico, pois não tenho joelho esquerdo) procurando não me desconcentrar da corrida e não esbarrar em alguma simpática velhinha passeando calmamente com seus cachorroes pelo parque uma primeira coisa que me chama a atenção: Praticamente em todo o brique possui venda com cartão de débito/crédito, anunciadas em placas de cerca de 20 x 15cm estampando os simbolos da Visa e Mastercard.
Sorrio sozinho, achando máximo aquilo tudo, e sigo com o exercício.

Meu condicionamento fisico não permite mais do que 1 volta correndo, então a proxima que segue é caminhando.

Ao completar a segunda volta, um pouco ofegante, passo rapidamente o olhos sob as bancas de livros, alguns separados por categorias outros por autor, e logo que cheguei em casa, banho e novamente rua para saciar a curiosidade dos contos e historias lá disponíveis.

A surpresa era o preço irrisório de alguns exemplares que beiravam os 3 reais para grandes livros como Agatha christie em seus tão famosos romances policiais ou mesmo coleções inteiras com 10, 20 e até 30 volumes com histórias de revoluções ou do nosso estado com preços que variavam de 30 a 50 reais.

Sem dúvida, um achado... apesar de não ter comprado nenhum, em breve as novas aquisições serão relatadas aqui neste mesmo espaço.

Qual mais tive vontade de adquirir?
Sem dúvida, Cem anos de Solidão, Gabriel Garcia Marquez
por míseros, 19 reais... da próxima não escapa.

.uma manhã de quinta-feira...

Quarta, 18hs, pego o metrô pra vir pra casa, conversando com o meu colega de trabalho, acabo de encontrar um possível negócio de uma geladeira... isto é bom soa suave aos ouvidos, em poder fazer em 2 parcelas, uma geladeira pequena, semi nova, talvez 1 ano de uso. A viagem transcorre bem, como sempre, cerca de 40 minutos da estação Unisinos até a estação Rodoviária.
Por algumas vezes me perguntei sobre, o porque eu não vou até a mercado, nunca fui até aquela, são só mais 1 ou 2 minutos dentro do vagão balançando e estalando em cima dos trilhos que guiam a minhoca de metal e pronto, lá estaria.

Sem pensar muito, salto na rodoviária levemente transtornado pois vejo centenas de colorados nas ruas, alguns jah bastante empolgados, atravessando perigosamente a rua cantando, outros nem tanto.
Lembro-me, sim, dia de jogo, estou em Porto Alegre, berço de 2 grandes clubes do futebol brasileiro, não mais Erechim em seu sonolento ritmo mesmo em dias de jogo, e observando lá ao longe seguem os mais fervorosos aterrorisando os motoristas que jah trafegam lentos na via, tentando evitar um atropelamento súbito e burocracia com os agentes de transito, e possivelmente um processo judicial.

Em silencio, vendo as centenas de pessoas com suas vidas independentes que passeam pelas calçadas, compenetradas em seu compromisso cego de chegar em algum lugar, seja em casa ou trabalho, afinal, a cidade de pedras não pára nunca.

Após algumas sinapses letárgicas que respondiam, perdeu outro, este passava na frente de casa, olho um anunciando no letreiro amarelo ouro, Ipiranga/Puc, logo penso, perfeito, para na frente de casa, mas não, este seguiria seu trajeto pela Rio Branco, como todos, parada de uns 4 ou 5 minutos em frente ao mercado dai a justificativa de pensar, porque diabos não ir até a Mercado... assim evitaria ficar parado dentro do onibus, pegaria um logo partindo... mas quando penso que tomaria o rumo do Elevado Conceição que passa sobre o túnel e contornando o
viaduto entraria na Joao Pessoa.
Mas não, o pior, um caminho inesperado e torna-se preocupante, ele contorna a pequena rua e entra na até então a minha avenida preferida na capital, a avenida Osvaldo Aranha pinada por seus coqueiros e enaltecida pelo parque farroupilha.

Salto perto do hospital e antes de cruzar diretamente a José Bonifácio rumo a Joao Pessoa, pego algumas vielas alternativas e logo me embrenho dentro de um bairro desconhecido mas agradável, logo percebi, sim é o inicio do Bom Fim, com suas ruas arborizadas... antes perdido, agora localizado sigo em silencio ouvindo algumas propagandas engraçadas da Atlântida que ecoavam nos tímpanos
e quase me impediram de perceber alguns garotos gritando "oh tio, joga a bola, pela a bola para nós", sem muita habilidade, voltei alguns metros, e chutei a bola em direção ao campo de piso bruto, onde encontravam-se uns 15 garotos fazendo uma pelada pós-aula no final da tarde calmo.

Chego em casa, e derenvolvi como de costume a sequencia:
interfone, grade, porta, elevador, grade, porta e sim, sala.
Não bastando quase não dormir pelo barulho insurdecedor dos admiradores da equipe da beira do lago, logo cedo, já na quinta-feira pela manhã tento ligar para um número anunciado numa janela de um apartamento sob o título de aluga-se, quando uma uma voz eletronica soa com ares de estranhesa em meus ouvidos: "seus créditos estão terminando, não fique sem falar, adquira mais créditos"
penso, mas q bosta, nunca ouvi isto, ai lembrei-me amargamente... celulares pré-pagos, realmente, eu liguei para a operadora e depois de uns 30 minutos de terrorismo puro no 0800 consegui transferir minha linha pós para pré, e realmente, preciso urgente do meu n° 051 pós-pago para ligar, pois o 54 continuará ativo apenas para recados e velhos contatos, que ainda não sabem sobre o repatriamento do velho silent...

Grande abraço a todos.

No mais? Bem, espero realmente que sabado seja um dia melhor para o Tricolor da Azenha, e eu como sempre, estarei lá, debaixo das barras fazendo minha parte como borracho incondicional da gloriosa Geral do Grêmio.