sexta-feira, 9 de março de 2007

.da cidade wolverine

Que toda cidade seja grande ou pequena possui suas surpresas e armadilhas, eu não tenho resquícios de dúvida. Mas aos novos navegantes do concreto que aqui se encontram desavisados da estranha característica de que nenhuma chuva durar mais de 20 minutos e transcorrendo cerca de outros 30 ocorre seu completo desaparecimento de calçadas e ruas, eu sinceramente não esperava. Mas tudo bem, hoje é sexta.


A estranheza causada por você sentir-se exaurindo seus líquidos como uma lesma sendo consumida por uma pitada de sal em sua viscosa pele devido fato de transpirar quase que 90% do seu dia, digo 90% porque os 10% restantes você está ou secando-se com o auxílio de toalhas-papel disponível nos banheiros ou tomando banho propriamente dito no conforto de seu forno de microondas no terceiro andar do seu prédio. Sexta, tudo bem...


Em absoluto detestei a situação que hoje pela manhã fui impiedosamente submetido logo ao pisar fora da porta protegida por uma grade de ferro que separa-me da rua, começo a ser golpeado por gotas de grande volume que despencam do céu como se tivessem a capacidade de me seguir pelo trajeto com sua maldita precisão de 100% ao mirar sobre mim. Vai ver a cidade wolverine considera necessário que eu precise de outro banho durante minha caminhada de 5 ou 6 minutos até a parada de ônibus. Mas hoje, até é aceitável.
Uma olhada rápida no celular, 7:12, não esperaria os já tradicionais 20 minutos para chegar até a parada seco, pois perderia a linha Central, rota 2, que passa religiosamente as 7:23 na rua Lima e Silva. Ok, tudo bem, é sexta e eu sigo desbravando com coragem a chuva que furiosamente me enxarca a roupa a pouco seca e surpresa, ao chegar sob aquela espécie de casamata de ferro e cobertura de zinco utilizada para abrigar os dependentes de condução coletiva a cidade mostra mais um truque causando-me furor. Como se tivesse pedido que a chuva paresse, ela cessa instantaneamente. Maldita selva de pedras, já sinto-me tão íntimo que até mentalmente esbravejei: "Odeio-te porque te amo!"


Escorrendo suor, ou chuva, sinceramente já tudo estava misturando-se sob a pele devido a corrida até a parada, ignorando categoricamente por algum motivo desconhecido a informação que vi no Mith Busters que é melhor caminhar na chuva ao invés de correr.


Olho para o relógio, 7:16, é, daria tempo... mas tudo bem, hoje é sexta.


E ao fim da tarde? Há, por esta vc não esperava não eh Porto Alegre, não desci na João Pessoa, mudei de ônibus sorrateiramente e saltando na Osvaldo Aranha escapei da sua armadilha em forma de nuvem, posicionada estrategicamente sob a parada logo após a Venancio Aires.


Bom final de semana a todos!

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