terça-feira, 26 de junho de 2007

.tudo isso um dia acaba pra de novo começar


(...) - Somos bravos, somos fortes, nada pode nos parar - grita o capitão com voz imponente do topo da proa, encorajando todos os seus marujos a enfrentar a fúria do mar que põe à prova a resistência do velho galeão no mesmo instante que fecham-se as pesadas cortinas de veludo** verde-turmalina. Fim do terceiro ato.

Será que tudo não passa de uma grande farsa? Tudo não passa de uma grande encenação? Este imenso palco à nossa volta, o ruidoso público que te aplaude, te vaia, sofre e parece querer viver junto contigo cada personagem. Você jura estarem ali, todos logo ali, os mais queridos, atentos, na primeira fila e alguns conhecidos e curiosos pouco mais atrás, todos escondidos detrás da potente luz do holofote direcionado em seu rosto que te ofusca a visão. São todos tão vivos, todos tão reais que você se nega a duvidar ou questionar sobre sua real presença nas confortáveis poltronas-acolchoadas que formam o teatro da vida.

Mas porque não temos acesso ao roteiro completo, a toda história afim de fazermos pequenas adaptações e melhorar o espetáculo. É como se fossemos lendo cada parte minutos antes de entrar em cena e enquanto estamos lá frente ao público, no camarim sob uma luz paupérrima de um candelabro o autor continuasse rascunhando as próximas falas, passos e destinos à bico-de-pena, fundamentando-se em cada expressão facial, gesto e até mesmo erros de script da cena atual.

Acho que sempre será assim e por mais hábeis e atentos que sejamos o destino se encarrega de esconder o que existe lá adiante. É como se tudo fizesse parte de um futuro que ainda no ventre fora meticulosamente traçado só para ti, mas que apesar de toda curiosidade ele permanece inerte, frio e calculista escondido e sob esta forma de noite-escura te envolve, te mastiga e te devora, te empurrando em direção aos mais adversos caminhos enquanto supervisiona cuidadosamente toda e qualquer decisão com olhos de chacal, cruelmente saboreando os últimos segundos da sua presa antes de deflagrar o bote feroz e fatal sob forma de punição pelas escolhas erradas. E o maldito parece se divertir com isto.

São os maus-amigos da infância, são aquelas brincadeiras toscas tarde da noite, os primeiros medos, os primeiros choros, as tristezas, a primeira briga, a primeira paixão. É deparar-se eternamente frente aos velhos problemas que todos tiveram e todos daqui para diante também terão. Questiono-me, por que o conhecimento não é genético, a experiência, a sabedoria, porque temos que sempre reaprender tudo. É tudo tão cíclico, cansativo e mesmo assim estamos vivendo exatamente os mesmos medos que viveram nossos pais, o que muda é o cenário e o nome do personagem. O risco de se perambular por esta terra com 10.000 destinos à sua frente que às vezes nos impedem de agir nos faz temer e errar, tropeçar e cair no chão e de lá, arrasado, com olhos cheios de lágrimas ter de provar da amarga derrota e mostrar a si mesmo que tens forças para novamente se erguer.

E se nos permitíssemos errar mais, sem ter medo das retaliações ali adiante? Acho que vou me permitir ser mais cão, menos humano. Ser mais tolo, mais feliz, mais brincalhão, mais preguiçoso, mais satisfeito simplesmente por me jogar num lago em busca de uma vareta ou então silenciosamente adormecer sob o chão debaixo de meus pés. Vou explodir de alegria sem pensar, correr em busca dos meus sonhos, caçar vagalumes, olhar o sol, acompanhar a chuva que escorre pelo vidro da janela, te trazer para perto e tentar te fazer infinitamente feliz. Quem sabe o roteirista não se comova?

Definitivamente, vou me permitir arriscar. Vou sem motivo aparente correr atrás de carros invisíveis, esperar no portão com rosas em um dia corriqueiro que parecia não guardar mais nada de especial, chegar de repente arriscadamente de uma viagem louca só para ao pé do teu ouvido te confessar o sonho que se solidifica a cada instante. Quero outra vez ver o filme de sua vida passar diante dos seus olhos e ser abraçado por aquela garota tomada de alegrias, que transbordava pelo olhar sonhos-afetuosos como as pétalas-de-rosas que ainda presos aos botões formavam o buquê!

Vou contando os dias, atuando, vivendo, já quase com pressa para que se fechem novamente as cortinas e eu ganhe um novo script da peça, que já sonhei ter uma personagem para contracenar.

**Não chames de crueldade a sutileza de quem pouco a pouco está à conhecer tudo seu!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

.sobre os dias que virão!

Into your heart I'll beat again
Sweet like candy to my soul
Sweet you rock and sweet you roll
Lost for you I'm so lost for you
You come crash into me
And I come into you
Like in a boys dream

quinta-feira, 21 de junho de 2007

.o dia em que eu me neguei a morrer


As saudades que agora se prendem rasgando minha alma
refletem timidamente o abandono de um campo no outono

Não existem momentos de sossego
em meio uma rebeldia, ódio e amor, sem amores

As ilusões brutas de puro conformismo tenta em vão levantar um espirito nostálgico
de querer sempre estar contigo e nunca estar.

Mas outra vez voltarei à estas terras sangrentas e cruéis
voltarei outra vez borracho, como quem te ama, borracho de amor e liberdades

As palavras e vozes que refletem meu estilo duro
não permitirão rir de nada e mesmo quando sozinho, não rir nem para mim

Mas verás o resurgir de um poderoso guerreiro
sem medo da tristesa ou prantos

Verás cair uma, duas, mil vezes se necessário e levantar-se de novo
com a bandeira em punho riste e olhos mariados de orgulho

Já sinto saudades de amor
Sentirei saudades de amor e loucuras

terça-feira, 19 de junho de 2007

Refuse / Resist


Chaos A.D.
Tanks On The Streets
Confronting Police
Bleeding The Plebs
Raging Crowd
Burning Cars
Bloodshed Starts
Who'll Be Alive?!
Chaos A.D.
Disorder Unleashed
Starting To Burn
Starting To Lynch
Silence Means Death
Stand On Your Feet
Inner Fear is Your Worst Enemy

Refuse/Resist

sexta-feira, 15 de junho de 2007

.seja bem-vinda senhora morte


Ando aqui relutante e largado, ouço meus próprios versos tal qual criança-morte lambe a sorte e passeia no parapeito de um arranha-céu ignorando inocentemente a vertigem e queda, mesmo já tendo caído uma vez.

É estranho sobreviver aos finais-de-tarde de garras-de-aço que me fatiam em mil pedaços cada vez que a certeza de que não vou conseguir te ver outra vez chega. Tudo já me faz reavaliar o sacrifício de haver-lo deixado todo, mesmo que tudo tenha acontecido bem antes.

Degustando o amargo gosto da estrada-morte, sinto o cheiro das cores dos outdoors que estampam ridiculamente as vias públicas e de forma sofrível admito, lembram você. É o todo traduzindo poeticamente o sangue deixado para trás enquanto me arrasto e me esfolo no asfalto ainda úmido da última chuva. São lágrimas de um céu roxo, antiquado e estúpido que me saltam à face e a cada instante afirmam a dura verdade de que nada mais poderá mudar isto que passou, fui eu mesmo que tracei este caminho e aqui estou.

Saudade-solidão, animal silencioso e astuto, um sentimento moribundo atendo a qualquer movimento te segue minuto a minuto te matando lentamente com uma suavidade angelical enquanto ninguém está te olhando.

Quando se caminha em silêncio na contramão da calçada desviando apenas de alvos óbvios você percebe que mesmo de olhos fechados nada lhe atinge, todas as pessoas desviam mesmo que você não tenha uma reação semelhante. Se simplesmente não se interpor no caminho de alguem, ela passará como todas as outras e eu não deixarei isto acontecer.

Engraçado é ver eu jogado aos seus pés para chamar tua atenção, me imaginar caminhando em sua direção com rosas vermelhas para lhe arrancar um sorriso e roubar-lhe um beijo ou simplesmente digitalizar meu amor e tu receber meu íntimo sentimento de querer-te por perto.

Queria ter uma máquina do tempo, queria parar o universo enquanto estivesse ao seu lado e acelerar a galáxia toda até que você voltasse à entrar em minha órbita. Garota-estrela, tens o brilho que eu ainda não tinha encontrado em outros olhos, tens o calor e a magia das noites quentes de verão que me fazem querer voltar correndo para os teus braços. Tens tudo e muito mais que eu sempre quis, assim como eu te ofereço tudo meu, mesmo não tendo certeza que será o suficiente.

Mesmo à milhas longe de você, fecho os olhos e sonho acordado em um dia te convidar para caminhar descalça suavemente sob pétalas brancas e rosa-champagne que recobrirão o chão e você com um sorriso estampado no rosto refletindo uma tímidez infantil linda, e de mãos-dadas te guiaria em direção à dias melhores que já vejo, estão lá a diante.

Aceitas?

quinta-feira, 14 de junho de 2007

.today even the wind cries


After all the jacks are in their boxes
And the clowns have all gone to bed
You can hear happiness staggering on down the street
Footsteps dressed in red
And the wind whispers mary
A broom is drearily sweeping
Up the broken pieces of yesterdays life
Somewhere a queen is weeping
Somewhere a king has no wife
And the wind, it cries mary
The traffic lights, they turn, uh, blue tomorrow
And shine their emptiness down on my bed
The tiny island sags down stream
cause the life that lived is,
Is dead
And the wind screams mary
Uh-will the wind ever remember
The names it has blow in the past?
And with this crutch, its old age, and its wisdom
It whispers no, this will be the last
And the wind cries mary

quarta-feira, 13 de junho de 2007

.abraçado na tristeza

Ainda escrevo um livro, mergulharei no tema da solidão ainda que isto eu já venha prometendo à muito tempo.

Terça-feira, 12 de Junho de 2007. A cidade wolverine não é a mesma, a cidade que já é tão tristonha em datas menos inóspitas ao coração, em vão, condiciona-se a erguer verticalmente estampando o horizonte seus altos prédios que tentam arranhar a barriga do céu-cinza, quase noite-escura.

Caminho lentamente até o curto alambrado aguardar um ônibus que me arrastaria em silêncio até em casa implorando que o fizesse o mais rápido possível e me tirasse logo dali. Recosto-me em um pilar que desafiava o vento e me sussurrava segredos de corações partidos e tantas outras histórias que por anos ele já guardava.

Frente ao dia-do-abandono não existem alegrias, frente ao dia-do-abandono há quem sorria e passeie com uma flor espremida por um punho em riste estampando um sorriso que deveria ser alegre, mas talvez refletindo meu próprio espírito eu o via triste. E assim cruzaram em minha frente dezenas de faces amarradas com seus olhares vazios e saudosistas mais parecendo velhos anciãos caminhando curvados como se a terra os chamasse.

É hoje, 12 de junho, onde celebra-se o dia do amor, dos apaixonados, dos loucos para admitir que amam alguém e por todos aqueles que neste mesmo dia iriam brigar e se separar, para mais tarde debaixo de um cobertor fazer as pazes ou nunca mais voltar.

Era a pintura em cores versus a moldura cinza, eram as chamas de um fogo vivo chorando ao não serem percebidas sob a luz do sol. Eu fiquei a esmo em meio aos dois universos que estão constantemente separados por uma fina cortina de fumaça que permitem ver o outro lado. De um enxergava as pessoas alegres rumando em direção à sua outra parte, do outro as gargantas estranguladas pela tristeza carregando a solidão montada nas costas - e era assim que me sentia.

E quantos que por ali passaram e viram com este mesmo olhar o garoto dividido, incompreendido, querendo arrancar com as unhas as lágrimas de dor da distancia justamente no dia da celebração do amor - que finalmente agora sinto-?.

Como após lançar uma piada sem graça, num palco sem público, ssem gargalhadas, saltei do ônibus, fechei o casaco e apertei o passo. Andei desconsolado dançando por entre os carros como um cachorro otário querendo você perto baby, para poder dizer que lhe amo olhando nos olhos e me ver refletido em você.

*Feliz final-de-tarde do dia dos namorados, baby

segunda-feira, 11 de junho de 2007

.rocking chair

"...e justamente eu, que pensei que a velha cidade não guardava mais nenhuma surpresa para mim!"

**Feliz Dia De Los Enamorados! gus 12.06.2007

quarta-feira, 6 de junho de 2007

.Bendito sea el momento en que volvamos a verte!

Que nesta noite, o sangue que escorrerá seja resultado de muita garra
e com a mão no caneco para o jogo de volta cantemos vitoriosos.

Que todo esforço na cancha e os allentos sejam lançados aos 4 ventos
e que nossa barrabrava seja protegida pelos imortais que lá do céu cantam junto comigo.

Benditos sejam nossos guerreiros que serão recompensados pela vitória.
Benditos sejam nossos hinchas que debaixo dos alambrados cantarão incansavelmente em plena batalha.

Que hoje valha cata chute, cada cotovelo, cada drible.
Que hoje nos tornemos maiores, que cada dia nos tornemos mais!

Custe o que custar, amém!

terça-feira, 5 de junho de 2007

.camaleão

Eu que ando abandonado, largado, solto de velhos e malditos hábitos que havia retomado, agora se foram outra vez ao mesmo instante que abriam espaços em mim para outros que retornassem.

Tudo tem de ser explicado, tudo tem de ser revisto e eu apenas querendo ser mais objetivo, ser mais encrustado frente a falsa arte de confeccionar um texto-corpo-silhuetado por luzes direcionais, sombreados com palavras embebidas em brilho orvalho-fresco.

Queria ser hábil o suficiente com pena-nanquim o quanto imagino ser em tantas outras pequenas formas que me traduzem no que sou, e funcionam!

Penso que toda de chata-explicação pode ser encontrada no estado de espírito que se vive. Paro, olho o passado, vejo minhas mais sinceras composições tinta-versadas, encenadas em palcos de solidão-tristesa. Não que seja sempre necessário, mas esta tão cruel forma de ser nos torna mais capazes de sentir a atmosfera cinza-insensata que nos recobre dia após dia. Capacidade esta que instantaneamente some ao nos depararmos em um estado mais leve de estar, e estou.

O sofrimento vêm para nos tornar melhores mas traz também consequencias que imprimem velocidades de absurdo-desejo como bomba têm de beijar o chão e isto tudo nos faz tão mal, e nos fazia tão mal e eu nem percebia.

Cansado do cansaço solitario de caminhar por este sentimento egoísta de querer cuidar de outro ser, esculpindo-o em palidas-pétalas e abstratas-formas enquanto pouco a pouco nos esquecemos por ai a cada instante, largados gritando a esmo em mesas de bar algo sobre teorias etílicas que revolucionariam o sentimento amor-solidão me questiono se cuidar então é flagelar alma-própria esta que tanto deveríamos proteger e cuidar? Porquê?

Queria eu sinceramente entender de tudo isto, do amor e tantos demônios. Queria saber produzir bons textos-corpo-silhuetados por luzes direcionais sombreados com palavras embebidas em brilho orvalho-fresco. Eu, que já não ando tão abandonado, tão largado, tão solto de velhos hábitos que há muito não retonavam mas que agora me preenchem outra vez em lugar àquelas sensações-cinzas dos dias que se foram.

domingo, 3 de junho de 2007

.me chama, me chama!


ohh the it happend one night looking in her eyes
ohh and i popped the question
and much to my suprise..

she said yes

and i said wow
and she said when
and i said how about right now
love cant wait
then i asked if she believed in fate
she said yes