quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

.feliz ano velho


Eu já lhe pedi em tempos de outrora, quando criança talvez
mas à tempos não falamos assim, cara-a-cara
então lhe peço, daí-me tal senhor o que vos resta
quero d'aquilo ou algo que ninguém vos pede

Acho que jamais vou querer algo que não posso ter
então não vos peço o repouso nem a tranqüilidade,
não quero paz nem de alma, nem de corpo
não vou desejar a riqueza, nem o êxito, nem a saúde

Deixe isto tudo para os que se admitem derrotados
afinal, já devem ser tantos vos pedir isto
que já não vos deve sobrar para dar

Então, meu velho,
daí-me o que vos resta
daí-me aquilo que todos recusam, que ninguem quer

Quero a insegurança e a inquietação
desejo a luta, a tormenta e o caos
daí-me isso, eu não me importo, definitivamente

Contudo daí-me também a certeza
de que esta será a minha parte para sempre
porque nem sempre terei a coragem de pedir

Dái-me, o que vos resta
dái-me daquilo que os outros não querem
dái-me o que ninguém quer, para sempre

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

.da (re)Memória


É engraçado parar para pensar e ter certeza que as vezes as coisas não precisam ser explicadas, contudo outras por sua vez parecem possuir esta necessidade, este requisito.

E quando paro para pensar como cheguei aqui vejo que não tem o porquê explicar ou justificar atos acertados e principalmente atos falhos. Eu imagino que se por ventura algum dia eu feito alguma coisa diferente, se por ventura eu tivesse tomado uma cerveja a menos naquelas tardes de domingo na pedreira ou ainda se tivesse pedido pra misturar duas e não apenas uma dose de Stanheguer na long neck nas fatídicas noites de quarta, eu estaria aqui hoje?

Não, possivelmente não!

Se eu não tivesse feito um monte de coisas, e aqui já passo a olhar as coisas desta forma. Sob o olhar de quem julga ter precisamente acertado tudo que tinha de acertar (o mesmo digo para as que errei) e todas as coisas que deveria ter feito, e fiz, tivessem estas envolvendo a mim ou mais pessoas, tivessem estas me fazendo sorrir ou daquelas que me deixavam com aquele nó na garganta. Não que eu tenha desgosto ou simplesmente esteja dizendo que me traduzi de forma perfeita, mas é que o erro é necessário para que se aprenda e saiba que devemos mudar o rumo.

E nestas mudanças de rumo em que se muda a marcha, em que se para de amorcegar o jogo e se percebe que é hora de sair correndo contra a meta adversária e fazer um cruzamento rasteiro perfeito, com a força exata para o atacante entrar de carrinho, com bola e tudo. Lindo, simplesmente lindo.

Se hoje sabemos que aqui estamos devemos isto aos dias lá atrás. E aqui só fico orgulhoso de saber que nem tudo se perdeu na memória, o arquivo mais fantástico e mais vulnerável que já pude conhecer. Mas aí entram as formas misteriosas de que as coisas foram produzidas, como este lugar por exemplo, que servirá para algum dia lá na frente ler o que estava acontecendo 3, 5 ou 10 anos antes.

Nunca fui adepto da hiperdocumentação da minha vida, de selar tudo com textos que me lembrassem o que andava fazendo a cada dia, mas eventualmente faço fotografias que me levam ao passado, ou posto pequenas notas em lugares que sei que esquecerei que estão lá justamente como este que transcrevo para só depois encontrar de forma inesperada.

E como se fosse em um rewind gigantesco, me surpreendo com os trechos de 3 pequenos pedaços de papel que recebi pelo correio, pedaços pequenos de aproximadamente 5,5cm x 5,5cm grafados à lapis em letras garrafais trêmulas.

Guto, Eu e o Guga fomos no quartinho de defumação,
destruímos a torinha fechada pelo Guto,
enquanto na mais alta "acustidês"
o Javali encuca em acabar com o isqueiro
logo foi, salta a molinha
vazamos e o fuego não estourava nem derretia.
Tivemos que acabar com o gás e o fia da p... não derretia.

A maior façanha de um isqueiro do Lucídio.

B. de Cotegipe, 08 de março de 2000.
(Dia da Mulher)
Trecho da (re)Memória, que aconteceu à cerca de 8 anos e 6 meses atrás!

sábado, 13 de dezembro de 2008

.dos dezembros


Amanhece, o dia insiste em crescer
Anoitece, o vermelho vira ouro
A luz é veneno para a escuridão 
Toda noite, ela se pinta, exagerando as tintas
Aquele rosto só seu, é um novo quadro a cada dia
A consciencia que não pode adormecer
A cada noite é pior
A cada noite a mesma entrega sem sentido
A cada noite correndo perigo
A cada noite é pior...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

.decisões



Chega o fim do ano e eu já penso em como fazer para 2009 funcionar melhor. Não que este ano tudo tenha dado errado, pelo contrário, até deu bastante certo. Mas quero algo mais prático, não tão rebuscado quanto tentei até agora. Algo de mais fácil compreensão e não tão teórico quanto o que neste ano passou. Passarei e pensarei parado em algo mais colorido e não tão cinza, sem cor.
Penso em fazer algo, mas não  o cliché das listas, organizar a vida em listas, lista das 5 mais isto, 5 mais aquilo. Eu que já tentei organizar o tempo em unidades alterantivas de contagem, agora me proponho um novo momento de catálogos... Preciso catalogar, ter algo como um imenso ficheiro de aço dentro da cabeça.
Talvez separado por categorias, ou ordem alfabética seria mais prático. Melhor seria ordem alfabética nas categorias.
Sempre lembrei de tudo através de fotografias, olhando pra imagem eu lembro o que foi, quando e como fiz aquilo (seja lá o que "aquilo" que aparece na foto for), contudo não tenho fotografias de absolutamente tudo, mas confesso que tento bastante.
Então para lembrar, Ah quando fui a última vez para erechim visitar o pessoal?
Vou até o arquivo Viagens, salto até a pastinha E e confiro a lista de viagens feitas até então.
Fiz tattoos (estrela, urso, kanji, oldschool, estrela) nesta ordem no final de semana, lembro de ter feito umas fotografias, lembro de ter visto o trigo que eu fotografei na penúltima viagem já não estar mais lá, já ter sido colhido e lembro também que choveu horrores, tanto que impediu de eu fazer mais fotos do Bernardo (que está para nascer nos proximos dias). Olha, já tem funcionado!
Vejamos algo mais antigo. Quando troquei de emprego também é fato marcante, afinal, a gente nunca esquece quando pede demissão.
Que tal então presente, tá aí, quando foi meu ultimo. Lentes pra camera. Livro, acabei de comprar na fenac o Crepúsculo (ainda não lí). Comida, praia, festa, arrá! lembro de praticamente tudo, é só uma questão de exercitar. Então tá. Já guardei este post ali no arquivo de Idéias, subpasta Lifestyle. Nos vemos então no armário que estará atrás da porta 2009.

Feliz ano velho!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tarantino

TARANTINO'S MIND

- O ambiente aqui é legal, né? 

- Eu realmente me conectei mesmo com esse lugar. 

- Jogadores de poker, intelectuais, filósofos. 

- Pois também aqui agente ta protegido 

- Protegido do que,cara? 
- Do que você está falando? 
- Da epidemia 
- Que epidemia,maluco? 
- Do que você está falando? 
- Começou com a liberdade de expressão, já têm até ONG. 

- Que caralho você ta falando? 

- Das varejeiras, rapá. Acorda, bandeira, rapá. 

- De onde é que você tirou que aqueles caras são jogadores de poker profissional? 
- Você não assiste ESPN, não? 

- Você vai me dizer que aqueles coroas estão na ESPN? 

- Meu irmão,deixa pra lá. 
- Eu já deixei pra lá. 
- Fala pra mim, qual é a boa? 

- Eu sempre te falei que o Tarantino é um dos maiores, né? 

- Sempre falou, mas sempre falou merda. 

- Por que? 
- A única coisa que o Tarantino fez foi “Cães de Aluguel”. 

- Agora o Kubrick, o Scorsese, entendeu? O Kurosawa... 

- Meu irmão, eu não vou botar esses caras na roda, que esses caras são faixa vermelha,porra. 
- Os caras são 8° dan, esses coroas são samurais, caralho. 

- Quando eu falo dos maiores, to falando da nova geração: os irmãos Coen, Jean-Pierre Jeunet, Spike Jonze. 

- Decifrei o código que o Tarantino criou. 

- Pô, tu falou uma coisa aí... 

- Você tem visto o Palito? 
- Tenho visto quem? 
- Palitão é um cracker, cara. 

- Ele têm os códigos pra liberar meu Playstation, to precisando dele. 

- Você ta de sacanagem, cara? 

- Tô não,cara.To falando sério. 

- Tô dando uma idéia aqui pra você, amigo. 

- Fala aí. 
- Eu decifrei o código que o Tarantino criou. 

- Essa fita é a minha tese sobre o cara. 

- Pera aí, é código ou tese? Porque... 

- Foi bom você falar nisso, foi bom você falar nisso, porque o Tarantino é o campeão mundial das teses. 

-  Primeira tese Tarantinesca: “Like a Virgin” da Madonna. 

- É a história de  uma mulher rodada, que já tinha dado muito. 

- Acontece o que? Um dia ela conhece um cara com a piroca enorme que faz ela sentir a pressão de quando ela era virgem. 

- Segunda tese Tarantinesca: “Top Gun”, lembra desse filme? 

- Lembro. 
- “Top Gun”, filme de viado, moscão, varejeira. 

- Porque o Tom Cruise e o Iceman passam o filme inteiro suados, sujinhos de areia, jogando volley, trocando olhares em câmera lenta e decidindo quem vai na traseira de quem. 

- Comeu batatinha? 
- Não, não quero batatinha. 
- Pega uma batatinha. Pega o óleo aí. 

- Não, eu sou adventista. Não como batatinhas em sexta-feira. 

- Engraçado, né? 
- Isso aqui é um ícone americano, mas é invenção dos franceses. 

- Por isso... French Fries. 
- Eu sei, eu que te ensinei isso. 

- A tese começa nos “Cães de Aluguel” quando Mr.Blonde vai agradecer ao Joe os favores que ele fez quando tava preso. 

- Guarde bem esse nome: Seymour Scagnetti, Scagnetti. 

- Scagnetti. 
- Isso. 
- Você sabe que o tarantino só não dirigiu dois filmes que o roteiro era dele: “Amor a Queima Roupa” e “Assassinos por Natureza”. 

- Por que? 
- Porque o cara não era ninguém, o cara era funcionário de uma locadora lá em Deus me livre e teve que vender os direitos pra levantar um troco. 
- E esperar um dia a oportunidade pra fazer “Cães de Aluguel” que ele sabia que com esse filme ele ia meter o pé na porta dos estúdios. 

- Inclusive têm até um papo por aí que ele achou uma merda a visão do Tony Scott, do Oliver Stone, diz que os caras fizeram tudo meio vídeo-clipe. 
- Bom, vamos voltar para o Scagetti. 

- Roteiro, dois serial killers: Mickey e Mallory Knox fugindo da polícia, e têm um policial psicopata na cola dos caras, querendo prender os caras para se promover. 
- Tá ligado, o cara é americano,então tem que ser alguma coisa na vida, nem que seja empregado do mês no Mc Donald's ou chefe dos lobinhos escoteiros. 
- O cara queria é entrar para o Hall da Fama. 

- O Jack Scagnetti é o mesmo agente de condicional lá do Mr.Blonde, só que em “Cães de Aluguel” ele não aparece. 

- Pera aí, mas não era o Seymour? 

- Não,ele mudou de nome porque americano não consegue falar nome difícil. 
- Aí o cara escreve um best seller e vira uma celebridade. 

- Não, aí não, aí não. 
- Não são os americanos que não conseguem falar nomes difíceis, são os sérvios, por isso que lá eles vivem sempre em guerra. 

- A trama do “Cães de Aluguel” é um bando que assalta uma joalheria. 
- Depois que os bandidos se executam no final do filme,agente pode ver que o Mr. Pink foi o único que se deu bem, fugindo com a maleta. 

- O “Pulp Fiction” começa com o John Travolta e o Samuel L. Jackson indo pegar uma maleta na casa de uns garotos. 

- A mercadoria que está nessa maleta, que agente não vê hora nenhuma no filme, são os diamantes que foram roubados em “Cães de Aluguel” 
 
 -A claridade que todo mundo fica curioso é o reflexo dos diamantes. 
- Do “Cães de Aluguel” cada assaltante têm um apelido. 

- O nome verdadeiro do Mr.Blonde é Vic Veja. 

- Ele é irmão do Vicent Veja, que é o John Travolta em “Pulp Fiction” 
- Você tá querendo me dizer que neguinho lá na gringa ta economizando personagem? 
- Não parceiro, não é isso, é que são detalhes que ninguém percebe. 

- Eu vou te dar um exemplo: 
- Por exemplo, o Mr.White, antes de entrar para o bando ele era parceiro do Alabama. 
- La Bamba? 
- Não, La Bamba é puta que te pariu! 

- Alabama que casou com Clarence em “Amor a Queima Roupa” 

- Ah! 

- O cara fez um negócio que ninguém percebeu. 

- Todos os roteiros são um só filme que o maluco foi lá e dividiu em várias partes. 
- Essa porra, cara, é um épico, o cara é o novo Cecil B. DeMille. 

- Você lembra daquela colombiana que dirige o táxi com o Butch lá em “Pulp Fiction”? 

- Então, é a mesma maluca viciada em assassinatos que em “Eles Matam Nós Limpamos” que o Tarantino produziu. 

- Ela que vai lá e mata o Assassino do Sangue Azul. 

- Só que ela fica cabreira de ser deportada e foi dirigir táxi em “Pulp Fiction”. 

- Mas isso aqui no Brasil não rola, irmãozinho. Esses malucos psicopata. 

- Porque taxicista aqui é médico,  engenheiro, bibliotecário, mergulhador, mergulhadores de plataforma, to falando de “Big Blue”. 

- Porra, vai tomar nesse cú largo! 

- Porra, não posso nem conversar com você. 

- Você vai me ouvir, cara? 

- Em “Eles Matam e Nós Limpamos” têm um programa policial que aparece a foto do Seth e Richard Gecko, que sumiram no Texas. 

- Esses irmãos Gecko são os mesmos bandidos malucos que quebraram tudo lá no “Drinque no Inferno”. 
- Aquele filme é uma merda, rapá. 

- Por que? 
- Porque filme americano de vampiro não dá certo, a não ser aquele “Lobisomem Americano em Londres”, aquilo sim, que tava lá no velho continente, na Europa, Romanée-Conti. 

- Deixa eu continuar, cara. 

- Eu to chegando no “Kill Bill”. 

- E o “Jackie Brown”? 
- “Jackie Brown” ta fora dessa tese, que ele só adaptou uma história que já existia. 
- Eu me amarro no Leonard. 
- Você sabe muito bem que eu coleciono pulp fiction. 

- Entendeu o recadinho? Eu to no jogo, manda aí. 

- Eu sabia que quando ele tivesse moral, ele ia vir com um filme desse de luta, entendeu? 
- Estilo chineses voadores, sobrancelha branca. 

- Aliás, se você pegar lá atrás em “Amor a Queima Roupa”, o Clarence, que é o personagem principal, é o próprio Tarantino. 

- Que é o que? Viciado em quadrinhos, sabe-tudo de filme B de kung fu e o alter ego dele é o Elvis. 

- Aliás, esse filme começa com uma seqüência foda de pancadaria estrelada pelo Sonny Chiba. 
- Em “Kill Bill” Tarantino faz o que? Chama o Sonny Chiba para atuar, para fazer o Hatori Hanzo, que é mestre em confeccionar espada samurai. 

- A noiva no Volume Um, vai até o Japão pra descolar uma Hanzo, para se livrar dos caras que tão na cola dela, pra tentar matar ela. 

- E foi com uma Hanzo que o Butch salvou a vida e o que sobrou do cú de Marsellus Wallace em “Pulp Fiction”. 

- Olha só aonde o Tarantino chegou: Mia Wallace e a Noiva são a mesma pessoa, ela só troca o nome dependendo do bandido que ela tá namorando. 

- Por exemplo: antes dela ser noiva do Bill, ela era noiva do negão em “Pulp Fiction”, só que ela vazou,entendeu? 

- Ela “deu ar” depois que ela viu a fita da câmera de segurança da loja do Zed. 
- Pô, isso que eu acho errado, esse negócio de negão tomando no rabo. 

- Isso não existe. 
- Não grila. 
- Grilo sim, isso não existe. 
- No “Pulp Fiction” a Mia Wallace faz um piloto pra TV interpretando uma espiã especialista em facas. 

- Em “Kill Bill” ela é o que? Uma especialista em facas. 

- Outro negócio sensacional é que nos dois filmes ela sempre se expressa através dos pés. 
- O xerife que investiga aquela chacina dentro da igreja em “Kill Bill” é o mesmo xerife que é apagado pelos irmãos Gecko no “Drinque no Inferno”. 
- Os personagens, eles vão amadurecendo ao longo dos filmes. 

- Outro que muda de vida radicalmente é o Jules.

Depois que rolou aquele “milagre”, ele larga o submundo do crime e vai fazer o que? Tocar órgão em festinhas de casamento no “Kill Bill”, sacou? 

- E aí, o que você achou? 
- Deixa eu te falar uma parada. 
- Eu também descubro coisas. 
- Tipo? 
- Coisas. 
- Tipo? 
- O Federer é a versão tenista do Tarantino. 

- Porra, essa eu não tinha pegado não, cara. 

- É parecido mesmo 
- Eu fico meio cabreiro com pessoas que são sósias. 

- Estranho, né? 
- Muito parecido, muito estranho. 
 

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

.do esquecimento

Eu te esqueci,
sequer lembro quem tu é
mas só de sentir teu cheiro, cor
tudo volta como velhas lembranças

Não sabia que ainda estava aqui
achei até que teria partido
mas sois animal inanimado, sem mim
e não irás a lugar algum, a menos que eu quiser

E agora tento prometer voltar
tentar fazer tudo renascer
sei que não é fácil, difícil de resistir
quando tudo que se quer é esquecer

ainda estou aqui, vivo e vivendo!

sábado, 20 de setembro de 2008

.do dia do meu Rio Grande



Torço de vento em popa, sopro ávido
velhos galhos que ja me fizeram vergar
hoje ramo verde de brilho farto, broto fino
em tempos que outrora a primavera lembrava

Minha pátria, província querida
te ofuscam o brilho, te engolem, te querem morta
e mesmo assim ainda existem os que irão te aparar

Tanto sangue tu ja viu em tuas encostas, querido grande
que nem o vento novo que tilinta é capaz de te consolar

Mas eis que aqui esta teu povo, velha amada
dos que bravos resistem fazendo o orgulho do peito brotar
ainda agora e sempre haverá o teu dia imenso, velho rio
enquanto nascer um guri ou uma prenda, aqui neste lugar

20 de Setembro, Dia da Revolução Farroupilha.


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

.lord of the flies



Feliz aniversário,  silent!

Hoje completei meus 27 anos,

Paro para pensar e lembro que passei tanto tempo esperando este tempo não chegar,
Aprendi muito e tanto em meio à isto tudo, que sei que a partir de hoje eu posso ser tudo que meu coração desejar!

Mesmo que eu sinta todo meu redor congelando, eu posso simplesmente incendiar e aquecer quem eu quiser
Que vendo tudo fora de controle eu posso parar, amarrar o tempo bem apertado e fazer o caos adormecer sereno!

Hoje sou mais sincero comigo mesmo, sei que sim
Já me dou inclusive ao luxo de acordar cedo pela manhã!

E olha só, eu, justo eu, que já até vi o amor queimar forte como um trovão que beija a terra
Já não me encomodo quando todas as luzes cegam, pois compreendi que posso apenas fantasiar e me disfarçar de cego, sem me fazer cegar!

Coube a mim descobrir o amor bixo-raro, de um amarelo-simples
Num tempo inexato, incerto, seco, sem gelo por favor
Mas que agora nada têm de mistério
É tudo como uma máquina do tempo, síncrono

Cético, senti seu gosto amargo como uma traição numa velha tela de cinema
Mas hoje entendo que tudo está na em minha mente e não mais dentro ou ao lado
Amor é literatura, um mágico mistério, pode ser até mesmo como um conto de fadas
E como tudo isto é bom saber, já que ja sei sentir

Eu hoje acordei e já sei que sinto meus pés no chão e quando bem entender posso saltar e voar
Meus olhos-vermelhos de outrora me vigiam no espelho e agora enxergo um reflexo maior que meu corpo!

Finalmente e minha cabeça toca as nuvens e eu fora de controle, laço o tempo tal qual um cadarço apertado
E então eu sorrio, olho para os lados e disfarço, aperto o passo e já não estou no mesmo lugar!

Se quando eu salto abrir um buraco no chão, eu não resisto, me deixo planar, depois caio
Ouço que da queda vem barulhos daqueles que falam a lingua das moedas
A mim não me resta mais nada a não ser sorrir, pois eu já aprendi que hoje eu não preciso me importar
Pois eu fecho os olhos, tampo os ouvidos, vôo longe, pois aos 27 anos já sei ignorar
e descobri segredos como os de quem ainda sabe namorar


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

.sobre


Devo escrever sobre mim?
Devo realmente escrever algo que eu acredite, que me faça ver,
mas que sinceramente seja sobre mim, e não sobre você?
Como posso te gritar, te cantar, e revelar-me gentilmente e te provar que não sou a pessoa certa para ti?
Bastaria eu cruzar teu caminho, para te roubar o secreto brilho, no meio da calçada cercado de semblantes desinteressantes na multidão?
E como posso te contar quem sou eu, como é minha voz, meu sorriso e meus medos?
Você me reconhecerá num vagão de trem?
Você será capaz de sentar-se ao lado do garoto desconhecido que misteriosamente te olha num restaurante para fazer-me feliz?
Eu poderei dizer-te que quem tu procuras tanto sou eu?
Acreditarás?
Amor, meu grande amor persigo-te em todo canto perturbo teu sono, te encontro todos os dias na calçada, te perco
Então ajude-me escrever sobre ti e não sobre mim
que esta subita desatenção de passar por ti sem notar seja curada
e então, no próximo encontro combinemos para que eu te ache,
sorria para mim...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

.sobrescrevendo


Já não te falei?
Revirei os armários, revisei as pastas
restaurei as gavetas e já não está mais ali o que tu queria que estivesse
foste apagado, passado

Olhe logo ali tua historia se esvaindo
vai, vai para longe, bata em ritmo de balada
badale teu credo, chore teu rastro
pois aqui tu já não vive mais

E já me sinto renovado, já não choro do passado
d'aquelas léguas, já sinto são águas passadas
que venha tu, futuro, trazendo notícias reluzentes
conte-me do que eu ainda não sei

sinta-se à vontade, conte-me tudo
como quem compõe para a amada

terça-feira, 2 de setembro de 2008

.confissão


Te sinto falta mais perto, mais presente, mais posts
sinto-me tal qual criança, sem graça
olhando a graça dos outros acharem em mim graça

acho que gostava de ler e lia sentido, lia quieto
comia-te e absorvia-te calmo, de par em par
e assim passava os dias,
mesmo que secretamente

achava chato comentar em toda nova entrada
mas saiba que lia à todos, lia-te tudo
e aqui um dia passei, sorri e traiçoeiramente te trascrevi

sem perdoar a ti, nem a ninguém!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

.do sabor meio-amargo

Resolvi agora: não como mais chocolate!
Resolvi assim sem mais nem menos, apenas por resolver e está decidido.
Não quero mais que a glicose haja sobre meu corpo, não quero que o açúcar e a gordura trans penetre nas minhas víceras e me faça morrer lentamente.
É como um carnívoro que decide subitamente parar de comer carne virando Vetariano, Vegam ou sei lá como é o nome da moda hoje.
Parei, parei porque quero parar e digo assim mesmo: Não, obrigado, parei!
Para espanto todos pensam: Dieta, Regulando alimentação, está doente, só pode.
Não, acho que na verdade parei de comer chocolates em certas datas e hoje é importante, pois não quero que ele impeça o efeito nocivo do álcool no meu sangue.
Beberei, portanto, o desprazer de ter de esquecer o chocolate.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

.imperio


Em tudo, tu
tua presença, vibrar de asas

e eu, o Rei
na masmorra a sanidade acaba

coração arrasado, país sem lei
sem coroa, súditos e trono

com sua mão fria
a saudade afaga

segunda-feira, 16 de junho de 2008

.desalento


Eu queria, ela queria
Eu pedia, ela não dava
Eu chegava, ela fugia
Eu fugia, ela chorava!

** Feliz dia dos namorados!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

.o peregrino


Eu me chamo peregrino e vago pelo mundo
nasci muito antes da contagem tempo
eu sou mais velho que as montanhas
não tenho idade, não sinto fome
não sou o ar, eu sou o próprio vento

Sou mais velho que o céu detrás daquelas janelas
conto com cautela os dias de par em par
eu vi cortez caminhar pela sala
posei para leonardo, já fui crucificado
conheci o silêncio eterno antes do mundo saber falar

Eu inventei o amor e entreguei às madonas de caminto
sou mais velho que a guerra, o frio e o cansaço
eu já fui soldado e chorei por tróia
não sou homem nem mulher, não tenho acesso à morte
e tempo para mim é apenas um velho amigo ingrato

quinta-feira, 3 de abril de 2008

.até que enfim encontrei...

"Anjo
Você chegou a mim assim tão de repente, nós estávamos tão cansados, tínhamos somente na alma desventuras para contar.
Tantas dores, tantas vontades reprimidas. Até seria justo que desistíssemos de tentar e deixássemos para sermos felizes em outras vidas.
Mas no fundo sabíamos que havia um sol nascente e que a luz nos tornaria mais seguros que na verdade o amor é... e sempre será a chave mágica do nosso brilho interior.
Consegui amortecer o passado em seus braços seguros e tenros.
Aprendi a entender que você é capaz de tornar-me muito feliz, e como eu precisava disso!!!
Parei de falar com a noite vazia e comecei a balbuciar em seus ouvidos palavras guardadas dentro do meu coração.
Hoje tenho você, tenho o sol, a lua, as estrelas, o céu e o infinito.
OBRIGADA. Você fez renascer em mim a vida."
Eu precisava reescrever, precisava sentir vivo de novo aquele calor que um dia vi brotar, aquele sentimento delicioso que é gostar de você. Obrigado por tudo, obrigado por acreditar, por me permitir acreditar, por estar junto e por também ser a pessoa que foi, és e tenho certeza, sempre será!

FELIZ DIA DE HOJE, que nada tem de especial, mas são dias como este que lembro de ti e admito que sonho e faço o improvável para cada dia sermos mais e mais.

.3.4.8.

quinta-feira, 27 de março de 2008

.que viene y va...


Un dia la suerte entro por mi ventana
Vino una noche se fue una mañana
Quizas solamente me vino a enseñar

quinta-feira, 20 de março de 2008

terça-feira, 18 de março de 2008

.de quando eu não me vigio um instante!


(...)

Todos os dias vou carinhosamente tentar acertar
a palavra que você deseja escutar
Você é o segredo que eu vou desvendar

Honestamente eu só quero te dizer
Que eu acertei o pulo quando te encontrei
Acertei

Sinceramente eu só quero te dizer
Eu acertei o pulo quando te encontrei
Acertei

(...)

quinta-feira, 13 de março de 2008

.de quando precisava de uma dose de você


hoje não é um dia
hoje não é um bom dia
hoje se pudesse faria voltar atrás
hoje, queria que nao existisse mais

hoje senti como se o mundo estivesse em minhas costas
hoje fiz chorar quem eu sempre tentei fazer sorrir
hoje fiz mal a quem jamais levantei sequer a voz
hoje queria eu e tu não fossemos só eu e tu e sim nós

ontem quis um dia passando rapido
ontem vi a noite chegar num piscar
ontem vi a madrugada avançando
ontem jantei e dancei, sem querer dançar

ontem que triste, naufraguei num sentimento do qual não se consegue desculpar
ontem que triste, o momento em que não sai mais da memoria nem se tentar
ontem que triste, te vi desligando sem dizer adeus
ontem que triste, magoei quem não devia, queria que quem estivesse magoado, fosse eu.

hoje, estará
guardado para todo o sempre, para lembrar do dia em que te fiz se afastar
hoje, justo quando hoje, tudo o que eu precisava era uma dose de você!

Jullye, I still love you baby!

sexta-feira, 7 de março de 2008

.do dia da rainha


Aprendi, e hoje sei que em tempos como estes em que até o vento se remonta na memória, enquanto eu reviro as fotografias tentando me preparar para o momento em que vou ver você, sei que exatamente naquela hora ainda vou agir como um adolescente em seu primeiro encontro, ficarei trêmulo e quando tu andares em minha direção, fecharei os olhos, para não ver o que minha boca irá dizer.

Não era para ser assim, apresentar as palavras que planejei tão cuidadosamente antes da manhã em que acordarei ao teu lado e te direi que jamais me esqueci do que já vivi até aqui e te homenageio, te releio e te lembro, como se fosse sempre a primeira vez!

E entenda, não é por mal, mas tu és minha garota e minha garota nunca paga. É de lei isso. Pouco se me dá que você reclame e não me leve a mal quando tu diz : Sou emancipada! Sou livre! Eu ignoro veementemente.

E de tantos contrastes, tantas diferenças que nos uniram, tantas que nos mantêm atraídos, seja você feminista e eu antigo, tu independente e eu desalento, liberada, já ter sido dona do seu nariz, não adianta: vou continuar mandando-lhe flores, fazendo-lhe massagens e vou continuar para sempre a chamando de linda, elogiando o sorriso do qual você jura que são só meus olhos que percebem, e também seus olhos coruscantes, verdes de um verde que não existe, que fora inventado. Será para sempre assim, eu vou continuar achando que você é a minha princesa, a minha imperatriz, a Rainha!

Pode protestar para sempre, reclame que eu te mimo, que te deixo mal acostumada. Pode reclamar, me chame do que bem entender. É tudo em vão.

Eu sim continuarei dia após dia, achando que você é tão frágil, e que precisa não de um alguém qualquer, mas de um alguém que lhe dê segurança. Pensarei em todo amanhecer que tu precisas de cuidados, de proteção e de carinho. Eu vou continuar assim, te cobrindo no meio da noite achando que tu sentes frio mesmo nas noites quentes de verão, continuarei te ninando em meu colo deitado na cama após nosso longo beijo de desejo de uma boa noite de sono.

Continuarei te amando em sorriso, te fotografando com os olhos e te guardando em minha mente, e um dia eternizarei o sonho que já venho construindo há tempos. Continuarei todos os dias, fazendo todas essas coisas que você odeia que eu faça. Porque tu mereces tudo isto e muito mais.

Feliz dia da mulher.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

.vida


acho que vida é isto
só isto e nada mais

é correr, é pular, é fazer coisas sem pensar
lançar-se no ar só para sentir o vento rasgando o horizonte

de agora voarei, e tudo que tenho a dizer
é: Obrigado por me dar asas!

** Para você!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

.das memórias de viagem


"Tu não viu, não percebeu que andei aos tropeços, aos prantos e
andei sorrateiro, na ponta dos pés, só para não fazer barulho?"

Era isto, era eu, sempre eu.

Inseguro, coração disparado e trepidante eu aceitei de bom grado e sorriso no rosto aquele teu tão sonhado - mergulho ao passado-, mas de lá de perto tive medo de soltar sua mão por muito tempo e por instante te ver dizendo em câmera-lenta que não quereria mais voltar.

Mas passou, voltou e voltou comigo. Fomos lá, lá longe, nos divertimos, sorri, sorrimos, é verdade. E cá de volta estamos, seque as lágrimas, engula os soluços, nada mais de prantos. Felizes estamos. E já sabe-se lá como te amo, e sabe-se cá o quanto ainda sofro - por debaixo dos panos - de ter de estar assim longe.

Mas um dia isto vai mudar, e se tu não mudar eu vou mudar, eu vou em uma noite de brisa morna preparar o teu jantar, e daqui deste Porto que em tempos como estes não Alegra nem mesmo mim, vou pedir para embrulhar e te dar o mar, e te levar num grãozinho de esperança para que sempre tu tenhas certeza que não fui embora, nem mesmo naquela hora que tu me viu partir, mas apenas vim para tomar coragem de para ti voltar.

** Memórias de viagem, Guarapuava / PR =)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

.do avesso


Confesso, hoje acordei do avesso
estiquei o braço como se quisesse sentir que você ainda estava ali
já havia descansado o suficiente à tempos
então tentei me concentrar para pensar do porquê ainda tinha uma noite estampada lá fora

Suspeito estar com um defeito mecânico nos olhos
pois percebi que o entrava pela janela não era sol, não eram estrelas
mas um brilho magenta-neon de um céu recém acordado
e me senti como um tolo ao me arrastar até a sala pálida

Acredito ter algumas peças estragadas nos joelhos
e a lingua enferrujada de tanto não falar nada
me flagro diariamente postando cartas na caixa de correio
são mensagens para mim mesmo, mas cauteloso, jamais preencho o remetente

Sempre que caminho na rua à caminho de casa, me sinto deslocado em relação ao tempo de agora
sou engolido por uma bala de lata que percorre as ruas em formas de veias
carregando consigo o desamparo de almas, iguais à minha
que só querem chegar em casa para se sentir seguros e planejar o mesmo trajeto de amanhã, como se fosse preciso

Organizo meu dia em unidades alternativas de tempo plagiando descaradamente as centelhas da mente de Nick Hornby
marco as voltas do planeta na via-láctea de forma estranha e sempre ao primeiro passo fora do portão de entrada
sinto-me um pouco Cortez, The killer passeando por aí e saio vagarosamente sem fazer barulho algum
protegendo-me dos olhos misericordiosos vestindo meu colete à prova de balas, de hortelã

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

.da vida monção, da vida deserto

Condense todo esforço de vida numa chuva torrencial, não digo chuviscos, mas chuva daquelas que nos assola os ossos e a alma. Que cai e chega doer, que inunda, que varre, que arrasa, mas também deixa detritos e empilha sujeira.

Há chuvas que não passam nunca, sorte deles, são quase monções que se partem em milhões de gotas para alcançar maior área possível e fazer da lama fresca seu jardim, contudo, há lugares em que a chuva não toca à centenas de anos que são áridos e o vento lambe o chão levantando seu castigo, coitados dos que sofrem destas estações.

Acho prudente que tudo não descambe vida afora sem controle algum, sem limite ou mesmo uma espécie de muralha, mas confesso que quando acontece, custo a aceitar. Mas que maldição, só posso crer que é assim deste jeito que o destino, intrépido cowboy em seu cavalo alado, mantém o controle de tudo.

Em horas vejo a vida como um rio veloz e furioso, que avança contra rochas e paredões de pedras e nada é capaz de impedir seu progresso é quando sinto prazer de me ver embarcado nesta porção de desventura, mas quando chega a calmaria, logo após a queda pela cachoeira, local a qual não há vento nem maré, nem esperança, nem correnteza é que temos de ser fortes e saber que a única forma é empunhar os remos e procurar não a margem para ficar e esperar derrotado, mas rio abaixo buscar uma nova fase para se sentir vivo outra vez, e como eu demoro para lembrar que possuo remos logo ali debaixo dos meus pés, e como eu desacredito fácil que já adiante tem muito mais a percorrer antes de alcançar o mar.

Sempre foi assim, fui sempre navegando e desde que me recordo, alterno entre grandes lagos e arrebentação de marés, entre corredeiras e profundos e serenos poços, traiçoeiros e mortais, serpenteando num terreno invisível coberto por água, acidentado e desolado.

Hoje eu vejo a chuva que se desprende das nuvens e traz consigo sua fúria para beijar o chão, hoje já sei que posso serenamente sorrir para ela pois me escorre com esperança pelos olhos, me mata a sede e me limpa. Deixo-te solta chuva, deixo-te que me ensope os ossos, que assole a alma, pois a minha vez de rio veloz, assim espero, está de volta.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

.das primaveras fora de época


Hoje acordei e peguei o meu coração escorrendo pelo chão da sala
espiei em silêncio do cantinho da porta
suspeito que era em ritmo de bolero

Quando vi o que vi, senti um silêncio que adentrou quebrando tudo
ele rasgou as cortinas e a saudade ficou derramada
como doença sem cura, sem vacinas

Em frente à porta era como se fosse preciso de um barco
só assim seria possível chegar do lado de lá sem se molhar
mas o teu sol veio e invadiu a janela

E o dia sorriu,
e o sino dobrou
e mesmo lá longe
não lembro de manhã como aquela.