sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

.vida


acho que vida é isto
só isto e nada mais

é correr, é pular, é fazer coisas sem pensar
lançar-se no ar só para sentir o vento rasgando o horizonte

de agora voarei, e tudo que tenho a dizer
é: Obrigado por me dar asas!

** Para você!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

.das memórias de viagem


"Tu não viu, não percebeu que andei aos tropeços, aos prantos e
andei sorrateiro, na ponta dos pés, só para não fazer barulho?"

Era isto, era eu, sempre eu.

Inseguro, coração disparado e trepidante eu aceitei de bom grado e sorriso no rosto aquele teu tão sonhado - mergulho ao passado-, mas de lá de perto tive medo de soltar sua mão por muito tempo e por instante te ver dizendo em câmera-lenta que não quereria mais voltar.

Mas passou, voltou e voltou comigo. Fomos lá, lá longe, nos divertimos, sorri, sorrimos, é verdade. E cá de volta estamos, seque as lágrimas, engula os soluços, nada mais de prantos. Felizes estamos. E já sabe-se lá como te amo, e sabe-se cá o quanto ainda sofro - por debaixo dos panos - de ter de estar assim longe.

Mas um dia isto vai mudar, e se tu não mudar eu vou mudar, eu vou em uma noite de brisa morna preparar o teu jantar, e daqui deste Porto que em tempos como estes não Alegra nem mesmo mim, vou pedir para embrulhar e te dar o mar, e te levar num grãozinho de esperança para que sempre tu tenhas certeza que não fui embora, nem mesmo naquela hora que tu me viu partir, mas apenas vim para tomar coragem de para ti voltar.

** Memórias de viagem, Guarapuava / PR =)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

.do avesso


Confesso, hoje acordei do avesso
estiquei o braço como se quisesse sentir que você ainda estava ali
já havia descansado o suficiente à tempos
então tentei me concentrar para pensar do porquê ainda tinha uma noite estampada lá fora

Suspeito estar com um defeito mecânico nos olhos
pois percebi que o entrava pela janela não era sol, não eram estrelas
mas um brilho magenta-neon de um céu recém acordado
e me senti como um tolo ao me arrastar até a sala pálida

Acredito ter algumas peças estragadas nos joelhos
e a lingua enferrujada de tanto não falar nada
me flagro diariamente postando cartas na caixa de correio
são mensagens para mim mesmo, mas cauteloso, jamais preencho o remetente

Sempre que caminho na rua à caminho de casa, me sinto deslocado em relação ao tempo de agora
sou engolido por uma bala de lata que percorre as ruas em formas de veias
carregando consigo o desamparo de almas, iguais à minha
que só querem chegar em casa para se sentir seguros e planejar o mesmo trajeto de amanhã, como se fosse preciso

Organizo meu dia em unidades alternativas de tempo plagiando descaradamente as centelhas da mente de Nick Hornby
marco as voltas do planeta na via-láctea de forma estranha e sempre ao primeiro passo fora do portão de entrada
sinto-me um pouco Cortez, The killer passeando por aí e saio vagarosamente sem fazer barulho algum
protegendo-me dos olhos misericordiosos vestindo meu colete à prova de balas, de hortelã