segunda-feira, 28 de junho de 2010

.das previsões de uma má primavera


o que vou dizer
se vês que acabo de chegar
a vida sempre se mostra um mar
a cada nova noite que a lua ilumina

deixa-me nascer, por favor
pois tenho que me reinventar
e se preciso outra vez
vou me reescrever em melodia

aprendi à duras custas
que amor é algo que se deve morder
e cada boca têm um sabor
o aprendizado é saber se conter

mas para isto se têm
que pagar o preço seja qual for
mas não me perguntes porquê
pecado aqui é contra-rima do amor

e me repetir, repetir, repetir
sempre achando que acabei de chegar...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

.das tardes infinitas




a paixão é um MAR, é uma ESTRADA que dói
que flutua e atravessa continentes
que sobrepõe PALAVRAS e disfarça-se de sentimento que rouba o ar
que arranca da pele SANGUE
que traz a RUÍNA a ti e a mim
que tira de onde não têm e bota aonde não cabe
que me esmaga e me transforma em LAMENTO puro


terça-feira, 22 de junho de 2010

.das noites de um longo inverno


sempre se propôs a acreditar que flutuava sobre a estrada
debaixo dos meus pés os dias passavam feito nuvem
mas fazia questão de esclarecer que não eram em brancas nuvens

sonhando alto como um menino
embrulhou as lembranças da última vez que a viu
e fez menção de que também sabia esquecer se preciso fosse

carregando armas e relatos num papel
bolando planos em meio a desatinos curiosos
pesou tal como prédio, concreto ou torre sobre a pálida folha

durante o dia, sabia exatamente como era fácil fingir
demonstrar que não se dá importância
mas à noite, no silêncio do quarto, é diferente!