segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

.das memórias selecionadas

O álcool e a memória seletiva.

Não há más lembranças do mal estar no dia seguinte, não há recordações do arrependimento de ter feito algumas besteiras inacreditáveis quando se acorda e inicia a montagem do quebra-cabeças que é o obscuro lapso que ficou naquele bloco de memória.

Tudo é alegria, tudo é diversão. Todos amigos que se tornam mais proximos quando bebemos, noites que não terão mais fim, soluções práticas e rápidas para os problemas do mundo. Terror no Haiti? Não, não, pensamento errado e pessimista, o momento agora é tomar umas vacinas contra doenças que surgirão aos montes por lá e ir ajudar, quando o país estiver sensivelmente melhor, limpar um terreno de 10x10m debaixo de um coqueiro e viver no paraíso, é um lance de pura genialidade repetem os demais ao redor, servindo mais um copo.

Quantas boas idéias surgem e são perdidas nestas investidas contra as paredes invisíveis da loucura e como é boa a fuga do caos que nós mesmos criamos e que agora temos que nos esconder porque tudo está fora de controle.

A fase de auto-destruição em que passamos de tempos em tempos é muito grave e, apesar de termos consciência, não nos importamos nem um pouco.

Mas ainda assim, acredito que estas fases são imprescindivelmente necessárias. Perigosas, mas necessárias.

sábado, 16 de janeiro de 2010

.dos amarelos sorrisos


"tão mentira quanto ficar com status ausente durante a madrugada, pra fingir nao estar aí"




.das lembranças de eu mesmo


Escrito assim, sem foto, sem cor, sem fonte
te ligar, à esmo e indagar... mentira, gritar!
- "Com quem você está aí?"
- Vamos, fala carajo, quem, fala o nome, eu conheço?
- [...]
- Vai, quem é o desgraçado?
- Aprendi agora que até pra morrer, é preciso antes ter existido.
- Cuide-se!
- Chau!

[...]

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

.dos anos velhos



Feliz Ano Velho, disse ela ao telefone.

Não há motivos para o sol vir aquecer o meu dia hoje
Nem haverá uma lua gigantesca saindo para tocar
Há uma escuridão imensa que encobriu minha luz
Transformando meu dia em noite negra

Agora, aonde está o amor para ser descoberto? Alguem vai me dizer?
Porque a vida, ao menos reza a lenda, é algo que precisa ser descoberta
Mesmo que seja nesta floresta de concreto e aço, onde a vida é dura e os corações são frios
Nesta floresta, meu velho, é preciso sempre estar com o teu melhor à postos

Olho ao meu redor e não há correntes, mas não me sinto livre
Eu nunca pude descobrir tua felicidade, nunca pude brincar com tuas carícias
E mesmo assim, sempre passei o tempo rindo como um palhaço

Mas ninguém percebeu, ninguém parou para me ajudar
Vida, doce vida, pelo menos tu deveria me juntar nos teus braços agora
Pois a floresta esta, não fara mais nada por mim hoje