sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

.da parada obrigatória



O sol bate forte no meu rosto não enchergo quase nada 
A sede, a fome , o cansaço, não posso parar 
A noite vem chegando e com ela o frio 
Minhas pernas se arrastam, caio no chão e apago

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

.dos tempos de solidão




Onde estão aqueles tempos, em que tínhamos tempo pra tudo?
Onde estão aqueles dias, que se conseguia sonhar?

Onde estão aquelas caras, que criaram para si todo um mundo?
Onde moravam risos que não nos permitia chorar?

Onde estão aqueles tempos, que desmaterializavam a distancia?
Aqueles tempos que nem a saudades poderia apagar?

Onde estão aqueles tempos, em que lutávamos incansavelmente?
Tempos aqueles em que não se perdia a ternura jamais?

Onde estão os corações, que deixavam as portas abertas?
Para deixar o amor circular?

Onde estamos nós?


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

.dos contos


Bom dia, tristeza
Vejo que hoje vieste me visitar
Vejo que hoje tras consigo uma melancolia, sem cheiro
Me inebria de tempos que hoje não nascem mais
Me embriaga com papos que os livros não contam
De páginas rasgadas, em branco, sem tinta

Bom dia, avareza
Faz-me duro em tempos que até o vento chora
Me mantenha descrente e apático no que não é tocável
Me faça aprender à força, que as vezes, historia não compensa
Que outrora a palavra que valeu muito, hoje escorre pela parede

Ainda há muito para organizar, então não percamos tempo
O outono se lança inverno adentro
E vejamos que é o mais belo inferno
Que por aqui faz o seu caminho

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

.da desistência


Cá estou eu, sem motivo aparente mudando tudo outra vez. Já ressoou imediatamente em minha cabeça: "sou como um dado que rola, numa mesa de jogo, salvando uns e desgraçando outros".
Mas ainda tenho boas imagens do futuro que assembla ali do outro lado do muro, no horizonte, junto com o sol que nasce ao quinto minuto do dia que apesar das nuvens, insiste em raiar.
Trata-se de uma capacidade de desmontar tudo e reconstruir meus planos em velocidades absurdas, assim como foi a idéia de escrever um roteiro e derrepente vê-lo sendo exibido com um certo orgulho idiota para os que conheço apenas para ouvir opiniões e saber se está de acordo com o que eu imaginei. Sim, está.
E agora depois de pronto, um dia eu inicio as filmagens, inicio as montagens, inicio a correria toda para acabar o mais rápido possível e botar todos numa sala escura e depois de uns 8 minutos de um impacto visual, ver o rosto de todos se perguntando que diabos ele quis dizer com isto? É isto, é isto que quero e espero.
Quanto das idas e vindas pelo mundo? Sim, ainda estão ali prontos a explodir como uma bomba que aguarda atentamente chegar o segundo fatal e assim já embarquei na rotação da gravidade, girando sem parar.
Não quero me sentir um enjaulado, preso por detras de grades que não sei se me protegem do mundo externo ou se protege o mundo de mim. Quero fazer isto, pular cercas imaginárias, romper trancas inexistentes e abrir todas as portas das casas só para olhar para fora e por fim, sair pela janela, assim como o Sr. Henry me ensinou.
Mais um absinto, senhor comendador, mas sem uma gota de realidade, para não tornar o absinto pior.
Nos vemos por aí, não? Acho que sim. Espero que sim...