segunda-feira, 26 de março de 2007

.prelúdio

Longos dias passaram-se até que, por fim, todos estivéssemos acomodados. Mas tudo fica melhor quando contado do princípio.

Prelúdio.
A notícia recebida sobre a oportunidade de trabalho em Porto Alegre, me deixa estonteante. Comunico aos interessados sobre tudo que eu pensava e sobre o que seguiria. Aquela fase onde tudo torna-se tão novidade, que mesmo diante das situações mais adversas você não perde o bom humor e a vontade de seguir em frente estava acontecendo. E sem dúvida, ainda não perco o bom humor. Que esta sensação dure tempos!

A busca.
Em contato com diversos amigos, velhos conhecidos da faculdade, amigos de erechim, e as idéias de moradia começam a surgir, e nada pode dar mais trabalho do que arrumar um lugar para morar aqui em Porto Alegre, ou mesmo em cidades que você se muda assim de forma súbita. Desistindo de cerca de 2 planos por dia, acomodo-me no confortável louge-hall-sala-bistrô-dormitório utilizando-me do lindo sofá veludo vermelho-apocalipse e penso, porque agora sim, fazendo um trocadilho infame, "quem pensa, pensa melhor parado".

A alegria.
Encontramos! Quer dizer, o fly encontrou!

A burocracia.
A imobiliária insistentemente, lançando mão de fúteis argumentos nos pressiona até o limite honroso que um homem pode ter, fazendo-nos dobrar diante do valor exorbitante do seguro-fiança, enquanto o apartamento novo ainda parecia um sonho distante. A CEEE contatada, choradeira no balcão de atendimento onde mediante a frieza da extravagante gordinha sentada diante do monitor lcd 15", precisei incluir tentativas de suborno, ameaças, demonstrar um nervosismo excessivo, até que... um simpático sorriso e um comentário sobre minha foto da identidade (que não será reproduzida por questões óbvias) com meu rostinho de bebê com 10 anos de idade na época convênce-a. Ela, mae ainda inexperiente, derrete-se ao comentar sobre seu filho de 1 ano de idade apenas. Pronto, o argumento do "filhinho-único-coitadinho-da-mamãe" cai como uma luva. Luz ligada em 8 horas, sendo que o prazo seria 48 horas úteis, ou seja, umas 96 descontando o final de semana.

O translado.
Feito o check-in na imobiliaria, pago o maldito seguro com cheques, o fim dos tempos é anunciado. O ritual de limpeza do apartamento novo é executado de joelhos (ainda em carne-viva) e finalmente após 4 horas, encerado (sem lustrar, lógico). Com tudo cheiroso o transporte de malas carragadas à punho é iniciado. Uma das cenas mais grotescas foi ver o fly carregando uma mala, uma mochila nas costas, uma sacola plásticas e duas ou três jaquetas que insistentemente caem no meio da avenida, arrastando pelo chão, buzinadas, freadas bruscas dos carros e risadas descontroladas minhas e do joão ao vêlo 10 metros atrás por fim, chutando a mala, vestindo a jaqueta, pegando a sacola que rasgou e jogando os cabides fora. Isto segue até por volta das 2 da manhã.

O fiasco.
Decididos a seguir com a mudança. Não demora até a geniosa idéia de "vamos dormir no ap novo!" surge em meio a terceira long-neck. Pronto, quatro doidos correndo com colchões na cabeça atravessam uma João Pessoa lotada, uma Venâncio Aires que mais parece a freeway e o posto abarrotado de pessoas prontas para sair para a noite porto-alegrense. Mais long-neck, xingando os carros nacionais, Silent e Leonardo sucumbem as 4:30 já transtornados. Contagem não oficial informa sobre umas 30 longnecks em pouco mais de 1 dia de mudança.

O que vai para o céu.
Bendita idéia do abençoado síndico que nos empresta um carrinho de transporte para a mudança. Daqueles com rodinhas de borracha, com ar, uma plataforma de metal com cerca de 1,20 x 2 mts onde foi possível em 3 viagens levar todos os móveis (desmontados), acreditem vocês ou não. Mais umas 30 idas e vindas, e tudo estava lá, jogado na sala, e nós comemorando a finaleira do transporte as 5 horas da tarde, a tempo de tomar banho e ver o jogo do Grêmio no Monumental (1x0 - Jucemar).

A que vai para o inferno.
Tudo bem, até acredito que cerca de 80 pregos sendo fixados por marteladas, cerca de 12 a 15 por prego, tenham gerado umas 1000 batidas no teto da vizinha (meu assoalho, neste caso). Mas xingar 3 vezes de maneira bastante escandalosa através da janela foi demais. Detalhe é que estávamos torcendo para que ela batesse na porta, pois tamanho era o nível de transtorno que eu estava com orelhas de mickey com as ferramentas em punho enquanto o Ozzy cortava o ambiente com sua voz hatori-hanzo.

A glória.
Domingo, quartos quase totalmente montados, lavanderia montada, falta somente: hall, cozinha e sala. Obrigado a todos que acompanharam o sofrimento, deram força e também temiam por este dia, em que a mítica Bombonera seria erguida. Preparem-se, pois agora sim o campeonato vai começar.

No mapa.
"La Bombonera"
Venâncio Aires, 449 / 710
Cidade Baixa - Porto Alegre - RS

2 comentários:

Anônimo disse...

Dale dale dale!!! Quero saber do Torneo Apertura!!!

soldá | copando com poesia y muy ternura

Anônimo disse...

teChorei rindo!

=*