sábado, 20 de setembro de 2008

.do dia do meu Rio Grande



Torço de vento em popa, sopro ávido
velhos galhos que ja me fizeram vergar
hoje ramo verde de brilho farto, broto fino
em tempos que outrora a primavera lembrava

Minha pátria, província querida
te ofuscam o brilho, te engolem, te querem morta
e mesmo assim ainda existem os que irão te aparar

Tanto sangue tu ja viu em tuas encostas, querido grande
que nem o vento novo que tilinta é capaz de te consolar

Mas eis que aqui esta teu povo, velha amada
dos que bravos resistem fazendo o orgulho do peito brotar
ainda agora e sempre haverá o teu dia imenso, velho rio
enquanto nascer um guri ou uma prenda, aqui neste lugar

20 de Setembro, Dia da Revolução Farroupilha.


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

.lord of the flies



Feliz aniversário,  silent!

Hoje completei meus 27 anos,

Paro para pensar e lembro que passei tanto tempo esperando este tempo não chegar,
Aprendi muito e tanto em meio à isto tudo, que sei que a partir de hoje eu posso ser tudo que meu coração desejar!

Mesmo que eu sinta todo meu redor congelando, eu posso simplesmente incendiar e aquecer quem eu quiser
Que vendo tudo fora de controle eu posso parar, amarrar o tempo bem apertado e fazer o caos adormecer sereno!

Hoje sou mais sincero comigo mesmo, sei que sim
Já me dou inclusive ao luxo de acordar cedo pela manhã!

E olha só, eu, justo eu, que já até vi o amor queimar forte como um trovão que beija a terra
Já não me encomodo quando todas as luzes cegam, pois compreendi que posso apenas fantasiar e me disfarçar de cego, sem me fazer cegar!

Coube a mim descobrir o amor bixo-raro, de um amarelo-simples
Num tempo inexato, incerto, seco, sem gelo por favor
Mas que agora nada têm de mistério
É tudo como uma máquina do tempo, síncrono

Cético, senti seu gosto amargo como uma traição numa velha tela de cinema
Mas hoje entendo que tudo está na em minha mente e não mais dentro ou ao lado
Amor é literatura, um mágico mistério, pode ser até mesmo como um conto de fadas
E como tudo isto é bom saber, já que ja sei sentir

Eu hoje acordei e já sei que sinto meus pés no chão e quando bem entender posso saltar e voar
Meus olhos-vermelhos de outrora me vigiam no espelho e agora enxergo um reflexo maior que meu corpo!

Finalmente e minha cabeça toca as nuvens e eu fora de controle, laço o tempo tal qual um cadarço apertado
E então eu sorrio, olho para os lados e disfarço, aperto o passo e já não estou no mesmo lugar!

Se quando eu salto abrir um buraco no chão, eu não resisto, me deixo planar, depois caio
Ouço que da queda vem barulhos daqueles que falam a lingua das moedas
A mim não me resta mais nada a não ser sorrir, pois eu já aprendi que hoje eu não preciso me importar
Pois eu fecho os olhos, tampo os ouvidos, vôo longe, pois aos 27 anos já sei ignorar
e descobri segredos como os de quem ainda sabe namorar


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

.sobre


Devo escrever sobre mim?
Devo realmente escrever algo que eu acredite, que me faça ver,
mas que sinceramente seja sobre mim, e não sobre você?
Como posso te gritar, te cantar, e revelar-me gentilmente e te provar que não sou a pessoa certa para ti?
Bastaria eu cruzar teu caminho, para te roubar o secreto brilho, no meio da calçada cercado de semblantes desinteressantes na multidão?
E como posso te contar quem sou eu, como é minha voz, meu sorriso e meus medos?
Você me reconhecerá num vagão de trem?
Você será capaz de sentar-se ao lado do garoto desconhecido que misteriosamente te olha num restaurante para fazer-me feliz?
Eu poderei dizer-te que quem tu procuras tanto sou eu?
Acreditarás?
Amor, meu grande amor persigo-te em todo canto perturbo teu sono, te encontro todos os dias na calçada, te perco
Então ajude-me escrever sobre ti e não sobre mim
que esta subita desatenção de passar por ti sem notar seja curada
e então, no próximo encontro combinemos para que eu te ache,
sorria para mim...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

.sobrescrevendo


Já não te falei?
Revirei os armários, revisei as pastas
restaurei as gavetas e já não está mais ali o que tu queria que estivesse
foste apagado, passado

Olhe logo ali tua historia se esvaindo
vai, vai para longe, bata em ritmo de balada
badale teu credo, chore teu rastro
pois aqui tu já não vive mais

E já me sinto renovado, já não choro do passado
d'aquelas léguas, já sinto são águas passadas
que venha tu, futuro, trazendo notícias reluzentes
conte-me do que eu ainda não sei

sinta-se à vontade, conte-me tudo
como quem compõe para a amada

terça-feira, 2 de setembro de 2008

.confissão


Te sinto falta mais perto, mais presente, mais posts
sinto-me tal qual criança, sem graça
olhando a graça dos outros acharem em mim graça

acho que gostava de ler e lia sentido, lia quieto
comia-te e absorvia-te calmo, de par em par
e assim passava os dias,
mesmo que secretamente

achava chato comentar em toda nova entrada
mas saiba que lia à todos, lia-te tudo
e aqui um dia passei, sorri e traiçoeiramente te trascrevi

sem perdoar a ti, nem a ninguém!