segunda-feira, 4 de outubro de 2010

.do canção pro amor



O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas,
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte

[cordel]

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

.do ano dos meus 29 anos


A noite recém tinha ido embora e tão logo percebeu, abriu os olhos de forma súbita. Correu de imediato a visão por toda a habitação como se buscasse algo, mas desta vez sabia exatamente o que estava procurando. Aquela manhã de fim de inverno amanhecia soprando um vento quente, seco (isso que os mais puros chamam de brisa) deixando evidente que a primavera chegaria em poucos dias. Não estava adiantado tampouco atrasado, mas tinha despertado precisamente na hora em que deveria tê-lo feito.

Saiu da cama num pulo e mesmo ele, que não gostava de ensaios, pois acreditava que a vida precisava de espaço para poder circular guiada pelo tempo e seu cavalo alado, à algumas noites atrás havia deixado reservada sobre a cômoda sua melhor imaginação. Sabia que quando este dia chegasse não teria tempo a perder.

1461 dias, 6 horas, 4 minutos e 32 segundos pensou alto. Se contado progressivamente: dezoito horas do dia dezessete de setembro de dois mil e quatorze. Não soava como um recado claro, vivo, com caligrafia cursiva perfeita, mas sim como um bilhete borrado pela máquina de lavar. Mas não se enganava mais, seu coração estava aberto naquele momento e a brisa (isso que os mais duros chamam de vento quente) acariciava suavemente seu rosto. Tudo soava estranho, estranho e ao mesmo tempo lindo. A imaginação, as lembranças, as idéias...

...e naquela manhã, cansado de esperar, tomado de uma sede de sentimento que era visível no seu rosto, colocou um sorriso leve e saiu em busca da felicidade.

Feliz aniversário Gustavo, Feliz aniverásio Silent.



terça-feira, 14 de setembro de 2010

.da cerveja fatal




Prezados Senhores(as),

Andei pensando muito nos últimos dias sobre o que exatamente iria no ano dos meus 29 anos
e concluí algo como: fazer uma puta festança com tudo liberado só tomar uma cerveja na rua
sem fazer muito estardalhaço e tanto estou convicto da decisão que assim será aiusehgiuasheg.

Se estiverem sem nada pra fazer e com algum tempo livre antes de sair fazer noite
tirem suas bundas da poltrona saiam de suas casas nesta sexta-feira um pouco mais cedo
pois mesmo que chova um #diluvio lá estaremos reunidos no 512 na João Alfredo / Cidade Baixa
para acompanhar o esvaziamento de mil cervejas executado por dançarinas suecas
para ajudar este borracho na celebração do aniversário.

Tudo isto deverá ocorrer a partir das 22hs, não antes senão o fígado véio aqui não aguenta.

Aos amigos de longe que convidei, foi de sacanagem, quero que saibam que gostaria que estivessem por aqui ;)

PS. Aos que precisam senão não pisam fora de casa quiserem convidar acompanhantes, esposas, amantes
ou mesmo amigos dos amigos podem chegar, pois a entrada é fácil e não haverá filas, listas, formalidades ou coisas do tipo.

Afinal de contas, não é todo ano que se faz aniversário numa sexta-feira, entrada de feriado.

Adiós e até lá, afinal de contas, a alegria não pode ter fim! ;)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

.do roubo


Teu corpo nú, na minha mão...
Foi por maktub!
A moça conheceu o rapaz no carnaval, precisamente num sábado
Vestiu uma saia bonita de cambraia, colocou uma flor de papoula no cabelo e foi
Desilusão, degringolou
Derrepente uma viagem, uma bobagem, obsessão
Mas foi, foi por maktub
A moça conheceu o rapaz no carnaval, precisamente num sábado
Vestiu uma saia bonita de cambraia, carregava na ponta dos dedos a massa
E a massa não faltava, e a massa não faltava não, não
No lugar marcado, na hora exata o carinho não tava
Um beijo roubado, um ensaio de braços, um cheiro nas coxas, para poder sonhar
para poder sonhar

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

.dos tempos sombrios



"...disse um velho Orixá,
pra acreditar
pra não temer, temer, temer
desses tempos verdadeiros
tempos maus..."

domingo, 1 de agosto de 2010

.do que nos importa


(...)
Ficar juntos como crianças de escola,
E então você me machuca simplesmente em vão
Acabo sempre parecendo sua criança aborrecida
Então peço que volte por um momento
Porque se você não voltar, eu tenho que ir
(...)

terça-feira, 27 de julho de 2010

.das frases perpétuas em mim


mi gloria es vivir
tan libre como el pájaro del cielo,
no hago nido en este suelo
ande hay tanto que sufrir;
y naides me ha de seguir
cuando yo remonte el vuelo;

segunda-feira, 28 de junho de 2010

.das previsões de uma má primavera


o que vou dizer
se vês que acabo de chegar
a vida sempre se mostra um mar
a cada nova noite que a lua ilumina

deixa-me nascer, por favor
pois tenho que me reinventar
e se preciso outra vez
vou me reescrever em melodia

aprendi à duras custas
que amor é algo que se deve morder
e cada boca têm um sabor
o aprendizado é saber se conter

mas para isto se têm
que pagar o preço seja qual for
mas não me perguntes porquê
pecado aqui é contra-rima do amor

e me repetir, repetir, repetir
sempre achando que acabei de chegar...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

.das tardes infinitas




a paixão é um MAR, é uma ESTRADA que dói
que flutua e atravessa continentes
que sobrepõe PALAVRAS e disfarça-se de sentimento que rouba o ar
que arranca da pele SANGUE
que traz a RUÍNA a ti e a mim
que tira de onde não têm e bota aonde não cabe
que me esmaga e me transforma em LAMENTO puro


terça-feira, 22 de junho de 2010

.das noites de um longo inverno


sempre se propôs a acreditar que flutuava sobre a estrada
debaixo dos meus pés os dias passavam feito nuvem
mas fazia questão de esclarecer que não eram em brancas nuvens

sonhando alto como um menino
embrulhou as lembranças da última vez que a viu
e fez menção de que também sabia esquecer se preciso fosse

carregando armas e relatos num papel
bolando planos em meio a desatinos curiosos
pesou tal como prédio, concreto ou torre sobre a pálida folha

durante o dia, sabia exatamente como era fácil fingir
demonstrar que não se dá importância
mas à noite, no silêncio do quarto, é diferente!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

.das sextas-feiras


Era pra ser show, foi espetáculo, era pra ser noite e foi mais além, foi tudo isto e o que sobrou foram as soluções para todos os problemas do mundo.

Está lançado, está na rua a Diluvio #16, está no ar o Circuito Cultural e está convocada a primeira formação da Musicália, mistura furiosa de hip hop, rock steady, reggae, rock e muito alemão pra contar história...

Que década, que década! Que seja assim então: Eu, Jajá, Nicky e Bira... ta bom demais né? Quer estar no bonde? Chega junto mané!

Porque aqui tá sobrando encruzilhada e o que não falta é inspiração!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

.da convivência e conveniência



Tem dias que complica, sabe naquela hora em "cê" me acorda querendo alguma explicação que eu não tenho pra dar? Pois é, eu sei que fico assim sem palavras, sem saber o que falar, sem saber como lidar com tudo isto e quando chegar no ponto em que "cê" achar que não dá, não vai mais valer a pena investir em conversa se ta na cara que vai tudo acabar.

Mas pensando bem acho que dá, "cê" pode até pirar, gritar, xingar, eu não vou ficar boladinho que nem criança que não quer jogar bola, mas todo mundo sabe que é sempre assim, a bola é de alguém e este só quer levar pra casa pra ter o prazer de estragar o prazer, isto faz sentido pra você?

Também tem dias que eu só queria acordar e sair pra gente correr de manhã, te entregar café na cama e não te mandar pr'um divã, queria ser gentil ser que nem D'artagnan ou ainda poder ser tudo que não sou e mudar de novo amanhã.

Mas tudo o que é começo é mais ou menos mentira e vai acabar cedo ou tarde embora nem eu nem você prefira. E depois de um tempo tudo é igual a gente mal se vê, mal se fala, cada um no seu canto só fingindo interesse por alguma coisa na TV enquanto que por qualquer coisa a gente se magoa e se abala, se está cansado do trabalho? azar o seu, não ganha nem um beijo nem uma bala.

Dizem depois que é a convivência que acaba tornando tudo um imenso jogo de conveniência, mas eu tenho ciência de que mesmo que o amor não tenha acabado o que se vai tempos antes é a paciência.

E de tudo isto só sobramos nós, surdos um para o outro, coração de papel, este é o preço da nossa penitência.

terça-feira, 6 de abril de 2010

.do lado realista



As pessoas precisam de tratamento, precisam de terapia. Ouso dizer que precisam é ter uma quantidade honesta de vergonha na cara também, uma pena que não vendem via internet isto. O mundo hoje, de um ponto de vista social, é como um pote de ouro ao final do arco-íris para os terapeutas e psicólogos. Todos os dias vê-se pessoas que, por um motivo ou outro, se apóiam em situações absolutamente e absurdamente frágeis para justificar suas atitudes recentes e isto é facil de se acompanhar dia após dia.

A pobre garota detrás do balcão, atendendo clientes o dia todo, exposta aos mais variados tipos de situação sendo alvejada pelos mais diversos tipos de humor e descasos, apenas pedindo um pouco de atenção sorri ao avistar um conhecido que rispidamente entra no recinto. Já é tarde e seu expediente teria acabado mas afinal, o que custa ser gentil, seria a glória após um dia cansativo. O chama pelo nome, lhe mostra toda gratidão e afeto que uma velha conhecida pode oferecer e se dispõem a exibir tudo que lhe cabe no momento, tudo para obter em troca um olá digno para um final de dia cansativo.

Quanta bobagem, tudo que consegue é uma atidude mecânica de assinar o papel, resmungar um boa-noite-tchau qualquer e sair porta afora sem perceber que acabara de romper com o último brilho de esperança de alguém. Esta história poderia muito bem ser uma metáfora saída da cabeça de algum doente qualquer que precisa de terapia, mas também pode ser uma absoluta verdade escrita com o objetivo de ilustrar o cotidiano de uma grande cidade de pedras que nos rodeia. Sem alianças, sem compromisso, sem alguém para descarregar uma dose venenosa de rancor acumulado ao longo de uma jornada ou mesmo algum colo aconchegante para se recostar e respirar aliviada, afinal sobrevivera a mais um dia como aquela segunda, que parecia interminável.

Sai do trabalho, senta-se em frente ao computador após engolir instintivamente algum alimento sem qualidade e inicia o curioso ritual de solidão em grupo. Atualiza seu perfil da rede social favorita, confirma o pedido de novos amigos e de alguma forma engraçada responde com a mensagem genérica, "olá, te add, nos conhecemos de onde? bj". Acho que o objetivo disto tudo não é exatemente colecionar estranhos, mas quem se importa a esta altura, são 36 novas mensagens pra serem lidas. São 3 convites pra jogos, 11 spans oferecendo medicamentos milagrosos para emagrecimento e destes 11, quatro solucionariam a impotência. 7 mensagens sem importancia alertando sobre os meninos sem pernas na eslováquia que precisam de doação, outras 4 pedindo para clicar no link qualquer abaixo citado, 7 avisos de pessoas comentando fotos alheias, 3 falando atualizações de perfil e uma, uma mensagem pessoal que pergunta: "Guria, quanto tempoooooo, anda sumida! Mande notícias, bjooooo!".

Caminha até a cozinha e lê superficialmente uma receita impressa atrás do pacote ilustrado com uma foto de uma refeição digna de algum hotel caríssimo no qual você nunca visitou, rodeados por pessoas transbordando felicidade, cercada pela família. Posta na outra rede social imediatista. "Bolo de banana com calda de caramelo" seguido imediatamente pelas hashtags #adoro #comerdecolher #dietaurgente. Apenas mais um suspiro que seus 365 seguidores não lerão mas fingirão ter dado importancia quando no máximo dois encaminharão ainda mais mecanicamente a postagem escrevendo algo como: "RT @loneny_star: Bolo de banana com calda de caramelo" seguido das hashtags #adoromuito #oqueebomengorda #sozinhaemcasa #noitesdesegunda.

Pronto, acabara de fazer seu papel de protagonista na grande sociedade do invisível, estrelando no espetáculo "ensaio sobre os sozinhos" que mostra um lugar onde vivemos ao redor de circulos virtuais de amizade e no momento que seu melhor amigo da semana passada troca o endereço de email não se tem mais contato e a partir disto cai no esquecimento imediato, fadado apenas a algum cumprimento rápido em alguma rua movimentada enquanto se está concentrado em chegar o mais rápido possível ao destino, pois já está quase atrasado para o trabalho.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

.do lado sombrio

De: Gus
Para: Silent
Data: 05/04/2010 - 17:36
Assunto: do lado sombrio (rascunho)

Tu é doente, vai te tratar... Publiquei!

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De: Silent
Para: Gus
Data: 05/04/2010 - 14:21
Assunto: RES: do lado sombrio (rascunho)

Não reclama que sem mim tu também não existiria, agora para de mi mi mi e publica.

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De: Gus
Para: Silent
Data: 05/04/2010 - 13:48
Assunto: RES: do lado sombrio (rascunho)

Cara, só consegui ler agora, foi mal.
Mas que humorzinho de merda tu anda hein sr. Silent, putz....

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De: Silent
Para: Gus
Data: 05/04/2010 - 08:11
Assunto: do lado sombrio (rascunho)


As brumas do tempo sopram incessantes sobre as cabeças dos que passam algum tempo ao nosso redor e esta, por sua vez, disfarçada de claro sentimento de afeto não perdoa, tampoco releva.
Dia após dia alimenta silenciosamente um desejo primitivo e implacável que empurra à força bruta uma inegável sensação de confiança e acomodação a ponto de podermos falar a quem for que nos rodeia o que bem quisermos. E não posso negar, esta sensação é maravilhosa. Muitas vezes também falo até com um certo prazer me escapando por entre os dentes, deixo transparecer.
Mas não se trata de extremos, de vontades reprimidas ou mesmo verdades a serem descobertas sob panos quentes, fumegantes. Apenas sei que um tiro à queima roupa é uma marca que fica por algum tempo rondando a cabeça, ainda mais quando a bala disparada fora embebida em alguma espécie de sinceridade líquida, que deixa um rastro amargo como féu, que arranha a garganta, inconfundível.

"Tu é doente, bipolar, só pode. Igual a sua mãe".

Eu compreendo hoje que meus melhores dias não são tão previsíveis quanto as estações do ano, contudo isto também não significa que te aconselharei a se afastar e construir uma barricada para que possa me impedir, te proteger.
O passar dos dias me fez aprender à duras penas que não devo me preocupar com pessoas que apenas vivem suas ordinárias vidas sem algum sonho em seu horizonte, apenas basta que não os convide para sentar junto à minha mesa, não interesse quantas cadeiras ainda restem.

Talvez seja isto que eu deva buscar daqui pra frente, e assim crescer para além-mar, transpassar o tamanho do meu corpo, ser gigante. Talvez um dia compreendam que não ficarei rindo à toa para fazer parte do meio em que estou inserido e neste dia, quisá, seja normal alguém se comportar como óleo vivendo no mesmo aquário, sem a necessidade de se misturar por completo com a água.

Ao fim de tudo, tudo são só pensamentos e estes sim, não têm limites.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

.das memórias selecionadas

O álcool e a memória seletiva.

Não há más lembranças do mal estar no dia seguinte, não há recordações do arrependimento de ter feito algumas besteiras inacreditáveis quando se acorda e inicia a montagem do quebra-cabeças que é o obscuro lapso que ficou naquele bloco de memória.

Tudo é alegria, tudo é diversão. Todos amigos que se tornam mais proximos quando bebemos, noites que não terão mais fim, soluções práticas e rápidas para os problemas do mundo. Terror no Haiti? Não, não, pensamento errado e pessimista, o momento agora é tomar umas vacinas contra doenças que surgirão aos montes por lá e ir ajudar, quando o país estiver sensivelmente melhor, limpar um terreno de 10x10m debaixo de um coqueiro e viver no paraíso, é um lance de pura genialidade repetem os demais ao redor, servindo mais um copo.

Quantas boas idéias surgem e são perdidas nestas investidas contra as paredes invisíveis da loucura e como é boa a fuga do caos que nós mesmos criamos e que agora temos que nos esconder porque tudo está fora de controle.

A fase de auto-destruição em que passamos de tempos em tempos é muito grave e, apesar de termos consciência, não nos importamos nem um pouco.

Mas ainda assim, acredito que estas fases são imprescindivelmente necessárias. Perigosas, mas necessárias.

sábado, 16 de janeiro de 2010

.dos amarelos sorrisos


"tão mentira quanto ficar com status ausente durante a madrugada, pra fingir nao estar aí"




.das lembranças de eu mesmo


Escrito assim, sem foto, sem cor, sem fonte
te ligar, à esmo e indagar... mentira, gritar!
- "Com quem você está aí?"
- Vamos, fala carajo, quem, fala o nome, eu conheço?
- [...]
- Vai, quem é o desgraçado?
- Aprendi agora que até pra morrer, é preciso antes ter existido.
- Cuide-se!
- Chau!

[...]

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

.dos anos velhos



Feliz Ano Velho, disse ela ao telefone.

Não há motivos para o sol vir aquecer o meu dia hoje
Nem haverá uma lua gigantesca saindo para tocar
Há uma escuridão imensa que encobriu minha luz
Transformando meu dia em noite negra

Agora, aonde está o amor para ser descoberto? Alguem vai me dizer?
Porque a vida, ao menos reza a lenda, é algo que precisa ser descoberta
Mesmo que seja nesta floresta de concreto e aço, onde a vida é dura e os corações são frios
Nesta floresta, meu velho, é preciso sempre estar com o teu melhor à postos

Olho ao meu redor e não há correntes, mas não me sinto livre
Eu nunca pude descobrir tua felicidade, nunca pude brincar com tuas carícias
E mesmo assim, sempre passei o tempo rindo como um palhaço

Mas ninguém percebeu, ninguém parou para me ajudar
Vida, doce vida, pelo menos tu deveria me juntar nos teus braços agora
Pois a floresta esta, não fara mais nada por mim hoje