quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

.feliz ano velho


Eu já lhe pedi em tempos de outrora, quando criança talvez
mas à tempos não falamos assim, cara-a-cara
então lhe peço, daí-me tal senhor o que vos resta
quero d'aquilo ou algo que ninguém vos pede

Acho que jamais vou querer algo que não posso ter
então não vos peço o repouso nem a tranqüilidade,
não quero paz nem de alma, nem de corpo
não vou desejar a riqueza, nem o êxito, nem a saúde

Deixe isto tudo para os que se admitem derrotados
afinal, já devem ser tantos vos pedir isto
que já não vos deve sobrar para dar

Então, meu velho,
daí-me o que vos resta
daí-me aquilo que todos recusam, que ninguem quer

Quero a insegurança e a inquietação
desejo a luta, a tormenta e o caos
daí-me isso, eu não me importo, definitivamente

Contudo daí-me também a certeza
de que esta será a minha parte para sempre
porque nem sempre terei a coragem de pedir

Dái-me, o que vos resta
dái-me daquilo que os outros não querem
dái-me o que ninguém quer, para sempre

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

.da (re)Memória


É engraçado parar para pensar e ter certeza que as vezes as coisas não precisam ser explicadas, contudo outras por sua vez parecem possuir esta necessidade, este requisito.

E quando paro para pensar como cheguei aqui vejo que não tem o porquê explicar ou justificar atos acertados e principalmente atos falhos. Eu imagino que se por ventura algum dia eu feito alguma coisa diferente, se por ventura eu tivesse tomado uma cerveja a menos naquelas tardes de domingo na pedreira ou ainda se tivesse pedido pra misturar duas e não apenas uma dose de Stanheguer na long neck nas fatídicas noites de quarta, eu estaria aqui hoje?

Não, possivelmente não!

Se eu não tivesse feito um monte de coisas, e aqui já passo a olhar as coisas desta forma. Sob o olhar de quem julga ter precisamente acertado tudo que tinha de acertar (o mesmo digo para as que errei) e todas as coisas que deveria ter feito, e fiz, tivessem estas envolvendo a mim ou mais pessoas, tivessem estas me fazendo sorrir ou daquelas que me deixavam com aquele nó na garganta. Não que eu tenha desgosto ou simplesmente esteja dizendo que me traduzi de forma perfeita, mas é que o erro é necessário para que se aprenda e saiba que devemos mudar o rumo.

E nestas mudanças de rumo em que se muda a marcha, em que se para de amorcegar o jogo e se percebe que é hora de sair correndo contra a meta adversária e fazer um cruzamento rasteiro perfeito, com a força exata para o atacante entrar de carrinho, com bola e tudo. Lindo, simplesmente lindo.

Se hoje sabemos que aqui estamos devemos isto aos dias lá atrás. E aqui só fico orgulhoso de saber que nem tudo se perdeu na memória, o arquivo mais fantástico e mais vulnerável que já pude conhecer. Mas aí entram as formas misteriosas de que as coisas foram produzidas, como este lugar por exemplo, que servirá para algum dia lá na frente ler o que estava acontecendo 3, 5 ou 10 anos antes.

Nunca fui adepto da hiperdocumentação da minha vida, de selar tudo com textos que me lembrassem o que andava fazendo a cada dia, mas eventualmente faço fotografias que me levam ao passado, ou posto pequenas notas em lugares que sei que esquecerei que estão lá justamente como este que transcrevo para só depois encontrar de forma inesperada.

E como se fosse em um rewind gigantesco, me surpreendo com os trechos de 3 pequenos pedaços de papel que recebi pelo correio, pedaços pequenos de aproximadamente 5,5cm x 5,5cm grafados à lapis em letras garrafais trêmulas.

Guto, Eu e o Guga fomos no quartinho de defumação,
destruímos a torinha fechada pelo Guto,
enquanto na mais alta "acustidês"
o Javali encuca em acabar com o isqueiro
logo foi, salta a molinha
vazamos e o fuego não estourava nem derretia.
Tivemos que acabar com o gás e o fia da p... não derretia.

A maior façanha de um isqueiro do Lucídio.

B. de Cotegipe, 08 de março de 2000.
(Dia da Mulher)
Trecho da (re)Memória, que aconteceu à cerca de 8 anos e 6 meses atrás!

sábado, 13 de dezembro de 2008

.dos dezembros


Amanhece, o dia insiste em crescer
Anoitece, o vermelho vira ouro
A luz é veneno para a escuridão 
Toda noite, ela se pinta, exagerando as tintas
Aquele rosto só seu, é um novo quadro a cada dia
A consciencia que não pode adormecer
A cada noite é pior
A cada noite a mesma entrega sem sentido
A cada noite correndo perigo
A cada noite é pior...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

.decisões



Chega o fim do ano e eu já penso em como fazer para 2009 funcionar melhor. Não que este ano tudo tenha dado errado, pelo contrário, até deu bastante certo. Mas quero algo mais prático, não tão rebuscado quanto tentei até agora. Algo de mais fácil compreensão e não tão teórico quanto o que neste ano passou. Passarei e pensarei parado em algo mais colorido e não tão cinza, sem cor.
Penso em fazer algo, mas não  o cliché das listas, organizar a vida em listas, lista das 5 mais isto, 5 mais aquilo. Eu que já tentei organizar o tempo em unidades alterantivas de contagem, agora me proponho um novo momento de catálogos... Preciso catalogar, ter algo como um imenso ficheiro de aço dentro da cabeça.
Talvez separado por categorias, ou ordem alfabética seria mais prático. Melhor seria ordem alfabética nas categorias.
Sempre lembrei de tudo através de fotografias, olhando pra imagem eu lembro o que foi, quando e como fiz aquilo (seja lá o que "aquilo" que aparece na foto for), contudo não tenho fotografias de absolutamente tudo, mas confesso que tento bastante.
Então para lembrar, Ah quando fui a última vez para erechim visitar o pessoal?
Vou até o arquivo Viagens, salto até a pastinha E e confiro a lista de viagens feitas até então.
Fiz tattoos (estrela, urso, kanji, oldschool, estrela) nesta ordem no final de semana, lembro de ter feito umas fotografias, lembro de ter visto o trigo que eu fotografei na penúltima viagem já não estar mais lá, já ter sido colhido e lembro também que choveu horrores, tanto que impediu de eu fazer mais fotos do Bernardo (que está para nascer nos proximos dias). Olha, já tem funcionado!
Vejamos algo mais antigo. Quando troquei de emprego também é fato marcante, afinal, a gente nunca esquece quando pede demissão.
Que tal então presente, tá aí, quando foi meu ultimo. Lentes pra camera. Livro, acabei de comprar na fenac o Crepúsculo (ainda não lí). Comida, praia, festa, arrá! lembro de praticamente tudo, é só uma questão de exercitar. Então tá. Já guardei este post ali no arquivo de Idéias, subpasta Lifestyle. Nos vemos então no armário que estará atrás da porta 2009.

Feliz ano velho!