segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

.das primaveras fora de época


Hoje acordei e peguei o meu coração escorrendo pelo chão da sala
espiei em silêncio do cantinho da porta
suspeito que era em ritmo de bolero

Quando vi o que vi, senti um silêncio que adentrou quebrando tudo
ele rasgou as cortinas e a saudade ficou derramada
como doença sem cura, sem vacinas

Em frente à porta era como se fosse preciso de um barco
só assim seria possível chegar do lado de lá sem se molhar
mas o teu sol veio e invadiu a janela

E o dia sorriu,
e o sino dobrou
e mesmo lá longe
não lembro de manhã como aquela.


Um comentário:

Letícia Losekann Coelho disse...

Pegar o coração que escorre pelo chão...bela figura!
beijos