segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

.das memórias selecionadas

O álcool e a memória seletiva.

Não há más lembranças do mal estar no dia seguinte, não há recordações do arrependimento de ter feito algumas besteiras inacreditáveis quando se acorda e inicia a montagem do quebra-cabeças que é o obscuro lapso que ficou naquele bloco de memória.

Tudo é alegria, tudo é diversão. Todos amigos que se tornam mais proximos quando bebemos, noites que não terão mais fim, soluções práticas e rápidas para os problemas do mundo. Terror no Haiti? Não, não, pensamento errado e pessimista, o momento agora é tomar umas vacinas contra doenças que surgirão aos montes por lá e ir ajudar, quando o país estiver sensivelmente melhor, limpar um terreno de 10x10m debaixo de um coqueiro e viver no paraíso, é um lance de pura genialidade repetem os demais ao redor, servindo mais um copo.

Quantas boas idéias surgem e são perdidas nestas investidas contra as paredes invisíveis da loucura e como é boa a fuga do caos que nós mesmos criamos e que agora temos que nos esconder porque tudo está fora de controle.

A fase de auto-destruição em que passamos de tempos em tempos é muito grave e, apesar de termos consciência, não nos importamos nem um pouco.

Mas ainda assim, acredito que estas fases são imprescindivelmente necessárias. Perigosas, mas necessárias.

Nenhum comentário: