Não havia viva alma no mundo e os cães exibiam seu explendor
caminhava eu, dotado de uma leveza sem igual, quase pluma, quase chumbo
com uma lisura de efeito cor neon, como uma microfonia que não se pode imitar
te procurava, sim, andava atrás de algo que não tem nome, não sente frio ou fome
ladrava eu para o vazio esperando você chegar, ironia como isto soava otário naqueles dias.
Olhei e senti uma alegria retumbante ao novamente sacar que não havia viva alma no mundo
não havia ninguém que pudesse caçoar de mim, tudo parado, tudo congelado
ninguém ironizaria as minhas atitudes ásperas, lotadas de pensamentos disformes e aleatórios
fiquei feliz por ser o único, por ser o menor e ao mesmo tempo o máximo
era somente eu e os cães que rasgavam o silêncio rosnando todo seu rancor
era tudo intenso, pesado, dotado de uma densidade jupteriana
de uma aspereza cor batom, tudo soando nos meus acordes preferidos
tudo vazio, tudo vazio, pois não havia que pudesse reconfortar aquele momento celebrante de se estar só
e de ter procurado tudo isto dentro de mim e saber que mais uma vez, naquele momento
não havia viva alma no mundo
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