quarta-feira, 13 de junho de 2007

.abraçado na tristeza

Ainda escrevo um livro, mergulharei no tema da solidão ainda que isto eu já venha prometendo à muito tempo.

Terça-feira, 12 de Junho de 2007. A cidade wolverine não é a mesma, a cidade que já é tão tristonha em datas menos inóspitas ao coração, em vão, condiciona-se a erguer verticalmente estampando o horizonte seus altos prédios que tentam arranhar a barriga do céu-cinza, quase noite-escura.

Caminho lentamente até o curto alambrado aguardar um ônibus que me arrastaria em silêncio até em casa implorando que o fizesse o mais rápido possível e me tirasse logo dali. Recosto-me em um pilar que desafiava o vento e me sussurrava segredos de corações partidos e tantas outras histórias que por anos ele já guardava.

Frente ao dia-do-abandono não existem alegrias, frente ao dia-do-abandono há quem sorria e passeie com uma flor espremida por um punho em riste estampando um sorriso que deveria ser alegre, mas talvez refletindo meu próprio espírito eu o via triste. E assim cruzaram em minha frente dezenas de faces amarradas com seus olhares vazios e saudosistas mais parecendo velhos anciãos caminhando curvados como se a terra os chamasse.

É hoje, 12 de junho, onde celebra-se o dia do amor, dos apaixonados, dos loucos para admitir que amam alguém e por todos aqueles que neste mesmo dia iriam brigar e se separar, para mais tarde debaixo de um cobertor fazer as pazes ou nunca mais voltar.

Era a pintura em cores versus a moldura cinza, eram as chamas de um fogo vivo chorando ao não serem percebidas sob a luz do sol. Eu fiquei a esmo em meio aos dois universos que estão constantemente separados por uma fina cortina de fumaça que permitem ver o outro lado. De um enxergava as pessoas alegres rumando em direção à sua outra parte, do outro as gargantas estranguladas pela tristeza carregando a solidão montada nas costas - e era assim que me sentia.

E quantos que por ali passaram e viram com este mesmo olhar o garoto dividido, incompreendido, querendo arrancar com as unhas as lágrimas de dor da distancia justamente no dia da celebração do amor - que finalmente agora sinto-?.

Como após lançar uma piada sem graça, num palco sem público, ssem gargalhadas, saltei do ônibus, fechei o casaco e apertei o passo. Andei desconsolado dançando por entre os carros como um cachorro otário querendo você perto baby, para poder dizer que lhe amo olhando nos olhos e me ver refletido em você.

*Feliz final-de-tarde do dia dos namorados, baby

Um comentário:

Dane disse...

Bah,
e eu que tinha penasdo em deixar uma colherada apenas para sacanear (como de costume), me dei ao luxo de terminar de ler o texto.
Está bem, desta vez passa, não vou deixar nada, apenas um ok, tá certo, acredito no q escreveu...
eheheh
valeu cunhamigo.