quarta-feira, 16 de maio de 2007

.o vendedor de sonhos

Todos os dias tomo meu café, agarro minha mochila, escolho uma musica e no meu acorde favorito, caminho!
Todos os dias vejo ele que segue a multidão com seu olhar cansado, já tão vivido, tão esfolado. Em dias de ensolarados ele fica tão sem jeito e sem argumentos para oferecê-los que apenas os deixa ali dependurados, quietos, calados, sejam eles pretos ou estampados.

Eles e seu dono que curiosamente sem nenhum constrangimento se equilibra com maestria em sua perna direita mecânica. Um modelo não tão moderno tampouco bonito, mas que ele não faz questão de esconder como tantos fazem. É uma daquelas próteses produzidas com material plástico rosado conjugado com alumínio. Possui alguns pares de parafusos e talvez 2 ou 3 juntas móveis que facilitam a locomoção.

Nunca tive coragem de fato de perguntar qual é a grande história por trás de tamanha tragédia e talvez eu nunca realmente o faça, mesmo que ele já não pareça mais se importar.

Só sei que todos os dias ele ali está. Nos de sol, cabisbaixo e calado, nos de chuva não falante, mas pelo menos com cara mais aberta e simpática. Todos os dias sabe-se lá por quanto já está ou por mais quanto ainda ali ficará, parado está o velho vendedor de guarda-chuvas!

Um comentário:

Anônimo disse...

alguém além do meu ser precisa sorrir em dias de chuva =)