sexta-feira, 24 de abril de 2009

.filho único




Você me quer?
Você cuida de mim?
Mesmo que incrivelmente eu seja algum tipo medonho de pessoa egoísta e ruim?

Você me aceita (de qualquer forma)
E me dá a receita (injusto de mão beijada)
De como se faz pra conviver com um monstro imensamente mesquinho e careta?

E porque diabos é tão insconstante a forma de eu me respeitar?
Porque absolutamente não surge um imenso auto-falante que grite comigo
Mesmo que seja para me fazer entender que é estúpido agir assim,
tentando fazer tudo pra te irritar

E ah, se o mundo derrepente entendesse como é ser filho único (não é desculpa)
E que já disse o poeta, os filhos únicos são, por conta de sua natureza, seres infelizes

Eu tento mudar, não sei o quanto realmente me dedico a isto
Eu até tento (outra vez) provar que me importo com os outros
Mas a quem eu estou a enganar?
Lá longe, onde os pensamentos dormem eu sei que é tudo mentira (tudo mentira)

E que bela companheira é a solidão,
que afaga e lambe como sua língua tênue e doce

Se mostra em sua sábia forma de viver, entender e gritar aos cantos
nos que apesar de serem, sempre se sentem os menos amados

Que o destino me ajude a conhecer e conviver com a verdade,
como fazem os que têm irmãos...

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