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Eu já lhe pedi em tempos de outrora, quando criança talvez
mas à tempos não falamos assim, cara-a-cara
então lhe peço, daí-me tal senhor o que vos resta
quero d'aquilo ou algo que ninguém vos pede
Acho que jamais vou querer algo que não posso ter
então não vos peço o repouso nem a tranqüilidade,
não quero paz nem de alma, nem de corpo
não vou desejar a riqueza, nem o êxito, nem a saúde
Deixe isto tudo para os que se admitem derrotados
afinal, já devem ser tantos vos pedir isto
que já não vos deve sobrar para dar
Então, meu velho,
daí-me o que vos resta
daí-me aquilo que todos recusam, que ninguem quer
Quero a insegurança e a inquietação
desejo a luta, a tormenta e o caos
daí-me isso, eu não me importo, definitivamente
Contudo daí-me também a certeza
de que esta será a minha parte para sempre
porque nem sempre terei a coragem de pedir
Dái-me, o que vos resta
dái-me daquilo que os outros não querem
dái-me o que ninguém quer, para sempre