sexta-feira, 23 de novembro de 2007

.da invenção da solidão


Se esvai a luz e me prendo ao tentar enxergar no soturno
como se quase com pressa, me apresso, aperto o passo
me disfarço e derramo nestes versos minha sinceridade
na ânsia, com a alma inxada de cansaço, apago

Em quarto escuro, logo eu, justo eu
me projeto retroiluminado por uma estreita abertura na janela
a lua me invade e eu namoro
amo o brilho dos teus olhos, e recordo

Avanço lento e me deparo com aquele sorriso
me pego em apuros, acoado, e me apaixono
arrasado, flagrago-me em meio a pensamentos derrotados
e assisto a glória de minha insegurança que me caçoa

Em bobas lágrimas em vão te prendo
tu te faz calor-sol e evapora
e vai embora, e me escapa

Em redoma de vidro está tu-ar
que foge pelas frestas e me cerca
enquanto agora confesso já sem pressa alguma:
me fiz prisioneiro no teu seio esguio e não fujo mais.

Nestes versos eu me entrego,
faço e disfarço, descarrego minha incerteza e desesprezo
Por aqui também me recordo, com o coração eriçado
daquele sorriso, há, aquele sorriso lindo

Se me permites, te reverencio minha rainha
te juro lealdade e te exijo
por favor, fique aqui
não vá para onde não te possa seguir

2 comentários:

Letícia Losekann Coelho disse...

nossa...falar o que né....!! Uma linda declaração de amor para a pessoa amada...não vá...coisa linda de se dizer!!
beijos

Andréa Motta - Conversa de Português disse...

Bonitos textos, bonito blog!