terça-feira, 7 de agosto de 2007

.apenas conte suas estrelas, estou em casa novamente!


É como um quadro que cai de repente
eu bato no chão de cansaço e apago
foi como um susto, como um rio, um lema, lama
como o alimento que escapou pelas frestas dos dedos
dos que em vão tentavam me apertar como água, e eu escorri

Eu ouso tecer no tear da memória e vida
insisto em crer que crio e nada sei
que mania é esta minha de inverter a pele
tentando mostrar um lado avesso deste sangue quente
que se mistura ao vento e ao cheiro das compotas vazias

É o emundo, o insensato o sem-nome que chega
é dar a cara para bater
é esticar em agosto com desgosto a mão para a palmatória da morte
que chega sorrateiramente com os prenuncios
de uma nova realidade

Se tu chegaste até aqui, ó cristão, te entregarás facil?
indagou ele, enquanto disfazia seu trilho do prato branco
com fogo brando e mãos trêmulas e úmidas de um suor adolescente

Que fazes para brindar o brio anêmico do meio ano, pouco mais
que queres de charco branco se sequer vê o tempo
se em breve te perdes frente ao relógio
que impiedosamente lhe estala no ouvido
despindo a verdade de que o tempo passa depressa
até mesmo para ti, estúpido.

Acho que já se pode desistir, acabar de tentar rimar hipocrisias
tornando-te fútil verdade,
e isto não é o que a humanidade ainda precisa.
não espere por tempos, nem sorriso cansado
ou tu abandonas as feridas escorridas dos copos de cerveja
ou teu último esboço se esvairá como a chuva
que desce podre pelas calçadas
sem nenhum acompanhamento de melodia

Pode vir agosto, torna-te bravo, torna-te forte
e venha que cá estou eu, brio em mente e valente para te enfrentar
Faça-te vento, me sufoque as narinas, me impeça a visão
porque nunca, nem mesmo hoje
deixarei amizade tardia cair na escuridão.

Cores por todos cantos da casa,
de onde lá na frente brotará minha morada, teu coração
e a morte que vem e colhe o lírio ainda com seiva
nem maduro, nem vazio, nem tão branco
que tampouco mostra esboço seja de bem ou de mal-me-quer

Mas tu que vens despida de agosto puta morte
nem magra, nem morta, nem mente, nem nada
não adianta sorrir e me lamber a face
e mesmo que o faça, não sinto medo quando me abraças
pois eu rio e não caio nos teus braços

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